A agência de classificação de risco Standard & Poor’s anunciou nesta segunda-feira que rebaixou as notas de curto e longo prazo da Grécia para a posição de ‘default’ (calote) seletivo – termo usado quando se crê que o tomador de recursos conseguirá arcar com apenas parte de suas obrigações. A decisão de baixar o ‘rating’ grego surge depois de Atenas ter acordado com os parceiros internacionais a reestruturação da sua dívida, que envolve o setor privado, como uma das condições para receber a segunda ajuda internacional no valor de 130 bilhões de euros. As informações são do jornal britânico Financial Times.
“Reduzimos nossos ratings de crédito da Grécia para o nível de ‘default’ seletivo em decorrência da inserção retroativa por parte do governo local de cláusulas de ação coletiva – as quais impõem perdas aos investidores que não concordarem voluntariamente com as condições de renegociação – na documentação de determinadas séries da dívida soberana”, afirmou a S&P.
Se a troca de títulos de dívida for consumada de forma bem-sucedida, a agência afirma que pode voltar a melhorar o rating do país. “Provavelmente consideraremos que o ‘default’ seletivo pode ser amenizado e a nota da dívida soberana da Grécia poderá ser elevada para ‘CCC’ [ante as notas atuais ‘CC’ e ‘C’]”, acrescentou. Contudo, alertou que, se número suficiente de credores não aceitarem os termos da oferta de troca, o calote retornará a seu radar. “Cremos que a Grécia enfrentaria uma iminente incapacidade de arcar com seus pagamentos”, disse a nota.
A Grécia iniciou o processo de reestruturação da sua dívida nesta sexta-feira numa operação de troca da dívida que prevê uma redução de 53,5% no valor nomianl dos títulos gregos detidos pelo setor privado. O rebaixamento da S&P segue o corte efetuada pela Fitch na semana passada, que reduziu a nota grega para ‘C’. Enquanto isso, a Moody’S também já fala em rebaixamento.