O dólar fechou em alta de 0,32% nesta segunda-feira, a 3,88 reais, depois de chegar a ser negociado por 3,92 reais na máxima do dia. A valorização reflete o descontentamento de parte dos investidores com a baixa presença de público nas manifestações pelo impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, neste domingo.
“Como o mercado claramente tem visto fatores que aumentem a chance do impeachment como positivos, fatores que diminuam essa chance têm tido efeito negativo”, disse o estrategista-chefe do banco Mizuho, Luciano Rostagno.
Milhares de manifestantes foram às ruas no domingo pedindo a saída de Dilma, mas os protestos foram menores do que eventos similares que ocorreram durante o ano. Muitos investidores acreditam que eventual afastamento de Dilma poderia ajudar a recuperação da economia brasileira. Outros ressaltam, porém, que a turbulência política pode travar o ajuste fiscal.
A moeda americana chegou a ser fortemente pressionada nesta sessão, mas a entrada de divisa na parte da tarde trouxe algum alento. “O mercado está muito raso e o Brasil virou uma pechincha para os estrangeiros”, disse o operador de uma corretora nacional.
Operadores evitaram fazer grandes movimentos antes de quarta-feira, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) deve decidir sobre a validade da votação dos membros da comissão especial da Câmara dos Deputados que analisará a abertura do impeachment contra Dilma.
No mesmo dia, o Federal Reserve, banco central dos EUA, deve promover a primeira alta de juros em oito anos. Operadores ressaltam, porém, que é provável que o mercado já tenha incorporado essa informação e deve se concentrar nas sinalizações do Fed sobre seus próximos passos.
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Bovespa – A bolsa paulista fechou em queda de 1,16%, a 44.736 pontos, também em reação a incertezas sobre o quadro político e fiscal no país. O volume financeiro somava 3,78 bilhões de reais, abaixo da média diária de 2015, de 6,79 bilhões de reais.
(Com agência Reuters)