Os 7.500 metalúrgicos da unidade da General Motors (GM) em São José dos Campos (SP) podem entrar em greve a partir de segunda-feira, afirmou o presidente do sindicato local, Antonio Ferreira de Barros. O anúncio de greve, protocolado nesta quinta-feira na companhia, ocorre após o impasse entre a GM e o Sindicato dos Metalúrgicos causado pela decisão da empresa de reduzir para apenas um turno a linha de produção dos modelos Zafira, Meriva, Corsa e Classic. Essa linha emprega 1.500 funcionários e pode ser fechada.
A GM suspendeu nesta quinta a produção da Zafira, modelo que será aposentado, juntamente com os outros três. Em contrapartida, a montadora iniciou a produção da Spin, substituta tanto da Zafira quanto da Meriva, na unidade de São Caetano do Sul (SP).
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A companhia alega que não houve acordo no passado para que a produção do novo modelo e de outros ocorresse em São José dos Campos, o que é negado pelo sindicalista. “Isso nunca ocorreu nas reuniões conosco”, afirmou Barros. Um plano de demissão voluntária já cortou 356 metalúrgicos na linha de produção.
Os metalúrgicos pararam as linhas de montagem por duas horas na GM pela manhã e seguem em estado de greve até segunda-feira. Durante a paralisação desta quinta-feira, deixaram de ser produzidos 146 carros e 300 motores. “Se não houver solução, tudo está encaminhado para a greve”, afirmou o sindicalista.
Em reunião pela manhã com a GM, representantes do Ministério do Trabalho, os sindicalistas cobraram um ação do governo para resolver o impasse e ainda solicitaram a exclusão da montadora dos benefícios concedidos pelo governo, como a redução de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) até 31 de agosto.
“Só no ano passado a unidade de São José dos Campos faturou 8,5 bilhões de reais, ou 35% de toda a receita da GM no país”, disse Barros. “Além disso, a empresa é uma das maiores importadoras de veículos, embora pudesse fabricá-los aqui”, protestou.
Ford – Nesta quinta-feira, a Ford anunciou a contratação de 79 empregados para sua fábrica de Taubaté (SP) – cidade que fica a poucos quilômetros de São José dos Campos, no Vale do Paraíba. A empresa americana quer aumentar a capacidade de produção de suas unidades de motores e transmissões. A montadora já contratou 432 pessoas no começo do ano. “O aumento da capacidade de produção de motores e transmissões faz parte da programação da Ford para equipar suas atuais e futuras linhas de produtos na América do Sul”, diz Celso Salles, gerente da Fábrica de Taubaté.
A fábrica da Ford em Taubaté produz duas famílias de motores – Sigma e RoCam – e uma de transmissões, a conhecida IB5. Entre outros motores de sucesso, ela já exportou o OHC 2.3 para o Mustang, nos Estados Unidos, e hoje produz o Sigma 1.6 que equipa o New Fiesta na América do Norte e América do Sul.
(com Agência Estado)