O setor elétrico investiu 190 bilhões de reais nos últimos anos e deverá ampliar esse aporte em 40% para os próximos oito anos, disse, nesta terça-feira, o presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib), Paulo Godoy. Segundo o executivo, o setor teve um “modelo estável, uma estrutura para o financiamento e foi atrativo para os investidores”, fatores que permitiram a realização desses investimentos.
O desafio do setor após as mudanças sofridas será o de manter um cenário de segurança jurídica e regulatória, bem como um sinal econômico adequado, na visão de Godoy. “Agora precisamos fazer com que essas alterações sejam feitas ancoradas em estruturas jurídicas e que no final tenhamos extraído as dúvidas que pairam com o objetivo de manter a capacidade de investimento do setor”, disse Godoy, na abertura do Seminário “Prorrogação de Concessões do Setor Elétrico Brasileiro”.
Competitividade – O diretor geral da Aneel, Nelson Hubner, disse também nesta terça-feira que o “atropelo” do governo em aplicar as novas regras para o setor elétrico, antecipando a renovação das concessões, ocorreu pela visão governamental de que tem de dar uma resposta rápida ao problema de perda de competitividade que o Brasil vem enfrentando. “Mas não é nada que não dê para acertar e ajustar ao longo do tempo”, disse.
Segundo Hubner, todos os agentes reconheceram o mérito da essência da Medida Provisória 579, com a prevista redução dos preços a partir de valores mais baixos da energia das usinas que serão renovadas. “Ainda que para algumas empresas vá ser difícil, como para a própria Eletrobras”, disse.
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(Com Agência Estado)