O Banco Central (BC) informou nesta sexta-feira que nomeou Sérgio Rodrigues Prates como liquidante do banco Cruzeiro do Sul e demais empresas financeiras do grupo. O liquidante é o agente nomeado pelo BC para pagar os credores, funcionários e fornecedores. Além do banco, a liquidação extrajudicial anunciada mais cedo inclui também a Cruzeiro do Sul Holding Financeira S.A., a corretora de valores e mercadorias, a DTVM e a companhia securitizadora de créditos financeiros do grupo.
Todas essas empresas se encontravam sob o Regime de Administração Especial Temporária (RAET) do BC desde 4 de junho de 2012. Os bens de controladores e ex-administradores também já se encontram indisponíveis desde aquela data. O Banco Prosper também será liquidado, de acordo com nota do BC.
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A liquidação foi anunciada após as negociações com outras instituições para uma possível venda do Cruzeiro do Sul não terem sido bem-sucedidas. A venda a outra instituição financeira era uma das duas condições para evitar a liquidação do banco sob intervenção. A outra era de que credores do Cruzeiro do Sul aceitassem um desconto médio de 49% nas dívidas. Como nesta sexta-feira vence uma dívida externa do Cruzeiro do Sul no valor de 1,5 bilhão de dólares, não havia mais tempo para negociar.
O patrimônio líquido do Cruzeiro do Sul está negativo em 2,23 bilhões de reais. Fontes ouvidas pela Agência Estado avaliaram que o rombo na instituição pode ser maior do que os 3 bilhões de reais, algo como 4,5 bilhões de reais ou até mais. Esse pode ter sido, segundo as mesmas fontes, um dos motivos que fizeram os possíveis candidatos interessados em comprar o banco desistir do negócio. O Cruzeiro do Sul detém 0,25% dos ativos do sistema bancário brasileiro e 0,35% dos depósitos.
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(Com Agência Estado)