Senadores que chegaram na manhã desta terça-feira ao Ministério da Fazenda para discutir mudanças no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, mostraram posições divergentes sobre o tema a deve ser conduzido durante café da manhã.
O senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE) avalia que o momento é adequado para discutir os assuntos da cesta federativa do Congresso Nacional, que envolve, além de ICMS, royalties e indexação da dívida dos estados. “Temos de tentar. Essa é a hora, pois o modelo da guerra fiscal está esgotado”, disse. “O Congresso está discutindo tudo simultaneamente. É natural que o governo tenha outra estratégia”, acrescentou Monteiro Neto.
Leia também:
Governo apresenta reforma do ICMS e acena com fundos para compensar perdas
Tributação no Brasil é maior que em 17 países da OCDE
SP deve perder quase R$ 15 bi com reforma do ICMS
O senador Francisco Dornelles (PP-RJ), por sua vez, acha que os assuntos não precisam estar vinculados para que as discussões prossigam. “Acho que uma coisa não tem a ver com a outra”, afirmou. Os dois parlamentares cogitaram a possibilidade de o tema avançar ainda no fim deste ano, apesar de mostrarem certa reticência. “Não é fácil, mas é possível iniciar o processo de transição no próximo ano”, disse Monteiro Neto. “Nada é impossível na política. Vamos olhar”, considerou Dornelles.
Leia também:
Troca de indexador da dívida dos estados tem apoio unânime
O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) salientou que na terça-feira da próxima semana, Mantega detalhará a proposta do governo sobre o assunto no Congresso e que, uma semana depois, o secretário-executivo da Pasta, Nelson Barbosa, participará de uma segunda audiência pública sobre o tema. “Temos uma agenda forte”, disse. É válido lembrar que o recesso parlamentar começa no dia 22 de dezembro.
Ao chegar à sede do Ministério da Fazenda, o ministro Mantega não atendeu à imprensa, mas prometeu falar com os jornalistas mais tarde.
(com Estadão Conteúdo)