O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberou em janeiro 10,1 bilhões de reais em empréstimos, informou nesta quarta-feira o presidente Luciano Coutinho em evento em Nova York. O volume foi 43% maior do que no mesmo mês do ano passado.
Em fevereiro, dados preliminares indicam que o volume soma 10 bilhões de reais – computados até a última segunda-feira. No mesmo mês do ano passado foram 8,1 bilhões de reais. O resultado é, para o BNDES, um indicativo de um primeiro bimestre em ritmo forte e aponta uma retomada do investimento em máquinas e equipamentos. “Considerando que fevereiro é um mês mais curto e com carnaval, é um volume expressivo”, disse o presidente do BNDES. “A venda de caminhões, ônibus e máquinas continua no impulso que veio de novembro e dezembro do ano passado.”
Além da expansão dos desembolsos, Coutinho ressaltou que o ritmo de consultas ao banco continua em alta, no mesmo nível dos três últimos meses de 2012. O setor de logística, disse, é um dos que mais têm feito consultas para empréstimos.
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Em Nova York, Coutinho preferiu não falar em meta para o ano, mas frisou que a intenção do BNDES é priorizar linhas para financiar investimento de longo prazo, em vez de crédito de curto prazo, como capital de giro. Ele destacou que o volume total de recursos a ser liberado até dezembro vai depender da demanda. O orçamento está sendo revisto e a ideia é priorizar a formação bruta de capital, que são recursos de mais longo prazo para financiar o investimento. Com isso, o banco pretende enxugar linhas de mais curto prazo, como capital de giro. Em 2012, o banco liberou 156 bilhões de reais, dos quais 127 bilhões de reais teriam sido direcionados para investimento.
Sobre a capitalização do banco, prevista para o segundo semestre e que pode chegar a 8 bilhões, de reais, Coutinho evitou alongar-se sobre o tema. Disse apenas que o BNDES não tem urgência para ser capitalizado, pois seu balanço está “sólido”. “Essas tratativas são normais. O banco paga dividendos ao Tesouro, e ao pagá-los deixa de se capitalizar. É um normal que o banco e o Tesouro conversem a respeito desse tema.”
(Com Estadão Conteúdo)