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Relembre o caso do Banco Cruzeiro do Sul

Instituição está em liquidação extrajudicial desde setembro de 2012; controladores são investigados por crimes contra o sistema financeiro

Por Da Redação
17 mar 2014, 07h29
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  • O escândalo do Cruzeiro do Sul estourou em 3 junho de 2012 com a intervenção do Banco Central depois de a autoridade monetária ter descoberto ações fraudulentas na gestão do banco. Desde então, os bens de seus controladores e diretores estão bloqueados e todos foram afastados da instituição. O objetivo dessa medida é evitar que eles se desfaçam ou ocultem os bens que poderão servir futuramente para pagar os credores da instituição.

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    Durante quase três meses, o Cruzeiro do Sul ficou sob a administração do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), responsável por apurar durante o período de Regime de Administração Especial Temporária (RAET) o tamanho do rombo no Patrimônio da instituição e tentar encontrar uma solução de mercado para o banco, ou seja, um comprador interessado. Passado esse período, as negociações de venda do Cruzeiro do Sul fracassaram devido à possibilidade do aumento do rombo já que havia fortes indícios de fraude. No dia 14 de setembro de 2012, o banco teve sua liquidação extrajudicial decretada.

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    Inicialmente, as apurações que estavam sendo conduzidas pelo BC desde 2010 indicavam um rombo em torno de 1,2 bilhão de reais. O monitoramento feito regularmente pela autoridade monetária encontrou, num primeiro momento, a existência de 200 mil contratos de empréstimos fraudulentos. Ampliadas as apurações, esse número cresceu para 600 mil contratos e o rombo hoje é de 3,8 bilhões de reais, de acordo com o último balanço do banco, publicado em junho de 2013.

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    Além dos empréstimos fraudulentos – feitos com CPFs inexistentes, por exemplo – as investigações apontaram também irregularidades em fundos de investimentos vendidos pelo Cruzeiro do Sul. As investigações também encontraram manipulação de números do balanço e irregularidades em fundos de investimento. O banco comercializava cotas de Fundos de Investimento em Participações (FIPs) de maneira duvidosa. Parte do dinheiro aplicado nessas carteiras era direcionada para abastecer empresas dos próprios controladores, que acabavam por embolsar os valores.

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    Em outubro de 2012, o caso do Cruzeiro do Sul ganhou um novo episódio com a prisão de seus controladores, Luís Felippe Indio da Costa e Luís Octávio Indio da Costa (pai e filho, respectivamente). A Justiça Federal determinou a prisão preventiva dos banqueiros depois que eles tentaram movimentar bens bloqueados fora do país. Luís Octávio passou dezoito dias na cadeia e Luís Felippe cumpriu pena em prisão domiciliar por ter idade avançada (mais de 80 anos). Os dois foram liberados em 9 de novembro de 2012, depois que a defesa conseguiu um habeas corpus. Além dos Indio da Costa, outros quinze diretores foram indiciados pela Justiça.

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    A história do Cruzeiro do Sul foi classificada pela Justiça Federal como “uma das mais graves fraudes da história financeira brasileira“. O assunto chegou até a imprensa nacional. O jornal britânico Financial Times disse que o episódio do banco é uma “história de terror“.

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    As investigações do Cruzeiro do Sul acontecem tanto na esfera administrativa quanto criminal. A gestão do banco e a ação de seus controladores são apuradas pela Justiça Federal, Ministério Público, Banco Central e Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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