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Recentes descobertas do pré-sal não convencem mercado

Expectativa de novas reservas não afeta o preço da ação da Petrobras na bolsa

Por Ana Clara Costa
29 out 2010, 14h57
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  • No último pregão antes das eleições, o mercado financeiro não se deixou convencer pelo anúncio de novas reservas de petróleo anunciadas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e pela Petrobras ao longo da semana. Nesta sexta-feira, a ação preferencial da companhia (PN, sem direito a voto) acumula leve alta de 0,38%, enquanto o Ibovespa (principal índice da bolsa brasileira) sobe 0,22% (às 15 horas). Na semana, a queda do papel da estatal é de 8,37%, enquanto o Ibovespa registra alta de 1,14%, segundo dados da consultoria Economática.

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    As notícias sobre a ampliação do potencial petrolífero brasileiro, apesar de pouco detalhadas, poderiam ser encaradas pelo mercado como o prenúncio de maior desenvolvimento no setor de óleo e gás – sobretudo em relação à Petrobras. “A partir do momento em que se anuncia novas descobertas em áreas que ainda não estão sob concessão da Petrobras, como Libra, pode tornar-se implícito que as áreas adjacentes – estas sim sob o comando da companhia – também tenham potenciais equivalentes. E isso influencia o mercado”, argumenta o analista Lucas Brendler, do banco Geração Futuro.

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    Como tal cenário não se concretizou, a conclusão que se tira é a de que o mercado já está penalizando a empresa por suas falhas de governança. Divulgações maciças de novas descobertas, sem detalhes, poderiam, em outras épocas, balizar a decisão de investimento de investidores, alterando o valor real dos papéis. Agora, não mais.

    Transparência às avessas – Por seu grande peso político e pela forte presença estatal em seu controle, a Petrobras nunca teve a transparência entre seus pontos fortes. Recentemente, o mercado pôde provar um pouco da atitude truculenta da empresa durante o processo de capitalização – praticamente imposto aos acionistas minoritários sob condições contestáveis. No entanto, no que se refere à divulgação de reservas, a empresa não tem o costume de guardar segredo – sobretudo durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. “A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) não obriga nenhuma empresa a divulgar esse tipo de avanço comercial, como a Petrobras o faz. Nenhuma companhia aberta vai a mercado para dizer que ganhou um novo cliente ou que pode vir a ganhar”, afirma Luiz Marcatti, sócio da consultoria Mesa Corporate Governance.

    Já duramente punida pelo mercado em 2010, a Petrobras poderá sofrer ainda mais (assim como seus acionistas) caso as recém-anunciadas reservas da bacia de Sergipe-Alagoas não se comprovem tão produtivas assim, ou se Tupi não forneça os 8 bilhões de barris que se espera. Os anúncios subsequentes, segundo Luiz Marcatti, têm claramente intrínseco o interesse político. “Situações semelhantes aconteciam na década de 70 com a Petrobras”, relembra o executivo, ao se referir ao período em que, por sua ineficiência, a Petrobras era conhecida como ‘Petrossauro’.

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