Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Queda na demanda leva a tombo histórico na produção industrial em abril

Redução de 18,8% é o pior resultado mensal desde 2002, quando o IBGE passou a pesquisar o desempenho do setor e reflete a pandemia de coronavírus

Por Larissa Quintino Atualizado em 3 jun 2020, 10h29 - Publicado em 3 jun 2020, 09h19
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Se nos dados dos três primeiros meses do ano havia apenas um reflexo dos impactos da pandemia causada pelo novo coronavírus no Brasil, os resultados de abril trazem o retrato do período de escalada de casos e medidas de distanciamento social na economia brasileira. Nesta quarta-feira, 2, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a queda na produção industrial em abril foi de 18,8% em abril, na comparação com o mês anterior. É a queda mais intensa da indústria desde o início da série histórica, em 2002, e o segundo resultado negativo seguido, com perda acumulada de 26,1% no período. O desempenho negativo é resultado da queda da demanda de consumo, já que comércios não essenciais fecharam as portas em grande parte do país no mês para tentar combater a proliferação da Covid-19.

    No ano, de janeiro a abril, o setor encolheu 8,2%, e nos últimos 12 meses, recuou 2,9%. Em relação a abril do ano passado, a queda na indústria foi maior, -27,2%, sexto resultado negativo seguido nessa comparação e o mais elevado desde o início da série registrada pelo Instituto. “O resultado de abril decorre, claramente, do número maior de paralisações das várias unidades produtivas, em diversos segmentos industriais, por conta da pandemia. Março já tinha apresentado resultado negativo. Agora, em abril, vemos um espalhamento, com quedas de magnitudes históricas, de dois dígitos, em todas as categorias econômicas e em 22 das 26 atividades pesquisadas”, disse o gerente da pesquisa, André Macedo.

    ASSINE VEJA

    As consequências da imagem manchada do Brasil no exterior
    As consequências da imagem manchada do Brasil no exterior O isolamento do país aos olhos do mundo, o chefe do serviço paralelo de informação de Bolsonaro e mais. Leia nesta edição ()
    Clique e Assine

    O recuo na indústria preocupa porque a cadeia é uma das grandes empregadoras do país. A queda da atividade gera preocupação no desmonte de cadeias produtivas, o que tornaria mais difícil a retomada econômica no período pós-pandemia. Esse é o primeiro resultado setorial de abril divulgado pelo IBGE. Ainda no meio do mês, serão divulgados o desempenho do comércio e dos serviços, que também devem registrar grandes quedas. O cenário é que o PIB do segundo trimestre traga recuo histórico e puxe o resultado anual para uma queda na casa dos 7%. O desempenho de 2020, somado a crise de 2015 e 2016, faz com que essa seja a década mais perdida de economia brasileira.

    Entre as atividades, o pior recuo veio de veículos automotores, reboques e carrocerias (-88,5%), que foi pressionada pelas interrupções da produção dos automóveis, caminhões e autopeças em várias fábricas do país, que concederam férias coletivas a seus colaboradores. Com isso, a atividade intensificou o recuo observado no mês anterior (-28%) e registrou a queda mais intensa desde o início da série. A interrupção da produção de veículos automotores impacta outros segmentos industriais, já que a cadeia automotiva demanda trabalho de outras atividades. Com isso, também recuaram a metalurgia (-28,8%), produtos de borracha e de material plástico (-25,8%) e máquinas e equipamentos (-30,8%). Outros recuos relevantes vieram das atividades de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-18,4%) e bebidas (-37,6%).

    Continua após a publicidade

    Macedo destaca ainda que o recuo em todas as grandes categorias econômicas marcou o menor resultado das suas séries históricas. Bens de consumo duráveis teve a queda mais acentuada de abril (-79,6%), influenciada, em grande parte, pela menor fabricação de automóveis. Foi o terceiro mês seguido de queda na produção, com perda acumulada de 84,4% nesse período.

    O segmento de bens de capital (-41,5%) também teve redução mais elevada do que a média nacional (-18,8%). Os setores produtores de bens intermediários (-14,8%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-12,4%) também caíram, com o primeiro intensificando a queda de março (-3,7%), e o segundo mantendo o resultado negativo que vem desde novembro do ano passado, acumulando nesse período perda de 25,2%.

    Continua após a publicidade

    Indústria essencial cresce

    A pesquisa da indústria mostra que as atividades que produzem itens de consumo essenciais avançaram em abril. É caso de produtos alimentícios (3,3%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (6,6%), que voltaram a crescer após recuarem em março (-1% e -11%). Perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal também subiram (1,3%), enquanto o setor extrativo ficou estável (0%). “Embora o impacto positivo dos alimentos tenha vindo, principalmente, da maior produção do açúcar, observamos aumentos também na produção de outros gêneros alimentícios necessários para as famílias, como leite em pó, massas, carnes e arroz”, comentou o gerente da pesquisa.

    Continua após a publicidade
    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.