O Procon-SP disse nesta quarta-feira, 3, que vai multar a consultoria Empiricus Research, empresa que vende análises de investimento, por veicular propaganda enganosa. O motivo é o vídeo viral em que Bettina, funcionária da companhia, afirma ter acumulado mais de 1 milhão de reais em três anos graças às indicações de compra de ações do patrão. O valor da multa é de 40 mil reais.
“A afirmação da empresa de garantias de resultados de investimentos sob sua orientação, via movimentações financeiras no mercado variável de ações, demonstra-se enganosa e capaz de induzir o consumidor a erro, infringindo o artigo 37, §1º do Código de Defesa do Consumidor”, explica a nota do Procon.
Segundo a Empiricus, a empresa recebeu uma notificação de uma multa e 40 mil reais. Em caso de reincidência, poderão ocorrer sanções mais duras, como a suspensão temporária da atividade.
A Empiricus disse que não recebeu nenhuma notificação formal do Procon. “No caso da peça em questão, a empresa destaca que já esclareceu o seu conteúdo em vários dos seus canais de comunicação. Aqueles que se cadastraram a partir do teaser ganharam um curso gratuito de educação financeira, feito por uma diligente equipe de 32 especialistas.”
Entenda a história
Bettina Rudolph trabalha como redatora publicitária na Empiricus. Ela ficou famosa a partir do dia 12 de março, quando começou a circular uma propaganda na plataforma de vídeos Youtube, com a jovem dizendo orgulhosamente para a câmera que havia se tornado milionária aos 22 anos de idade. “Comecei com 19 anos e 1.520 reais. Três anos depois, tenho mais de 1 milhão. Simples assim”, ela afirma, no vídeo, e explica seu método: “Eu comprei ações na bolsa de valores”.
Uma semana depois, o Procon pediu esclarecimentos sobre o caso, por meio de uma notificação extrajudicial. Em resposta, a Empiricus afirmou que não poderia comprovar que Bettina conseguiu ficar milionária a partir de um investimento de 1.520 reais porque estaria violando o direito à intimidade de sua empregada.
A Fundação não aceitou a explicação e, no dia 25 de março, entrou com uma representação criminal contra a empresa tendo em vista a prática, em tese, de infração penal do Código de Defesa do Consumidor no que diz respeito a publicidade enganosa e propaganda abusiva.