A economia brasileira ficou praticamente estagnada no terceiro trimestre de 2017 em relação aos três meses encerrados em junho. O crescimento foi de 0,1%, variação considerada estável pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado acontece após dois trimestres consecutivos de alta nesse tipo de comparação, segundo os dados do produto interno bruto (PIB) divulgados nesta sexta-feira.
Com os números do terceiro trimestre, o acumulado no ano é de 0,6%. Já em relação a igual período de 2016, o crescimento foi de 1,4%. A produção de riquezas nos três meses encerrados em setembro somou 1,641 trilhão de reais, segundo o IBGE.
Na conta que considera o setor produtivo, a maior expansão no trimestre em relação aos três meses anteriores foi na indústria, que registrou alta de 0,8%. O setor de serviços, que responde por cerca de dois terços da economia brasileira, teve alta de 0,6%.
Já o setor agropecuário, que teve bom desempenho na primeira metade do ano impulsionado pela safra recorde, teve queda de 3% em relação ao segundo trimestre.
Pela ótica do consumo – que é outra forma de medir a produção de riquezas no período – o destaque foi a volta do crescimento dos investimentos, com alta de 1,6%. É a primeira alta desde o terceiro trimestre de 2013, nesse tipo de comparação. Essa conta considera gastos com itens como máquinas, equipamentos e em construção.
O consumo das famílias voltou a subir, registrando 1,2%. Esse indicador vinha apresentando resultado positivo nos trimestres anteriores, impulsionado por fatores como liberação de recursos das contas inativas do FGTS e pela inflação baixa.
Os gastos do governo recuaram novamente, pelo quinto trimestre consecutivo, com baixa de 0,2%. As exportações subiram 4,1%, e as importações, 6,6%.
O IBGE também revisou os dados referentes a 2016, o que alterou os resultados da série.
O produto interno bruto (PIB) é a soma de todas as riquezas produzidas no país e serve de indicador da atividade econômica. Também é usado como referência para o reajuste do salário mínimo e para contas do governo, como no Orçamento e arrecadação. Ele é calculado a cada três meses pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para chegar ao total, o IBGE faz as contas usando dois métodos, que têm que dar o mesmo resultado: pela produção e pela demanda. No lado da produção, considera-se o que foi produzido nos setores agropecuária, indústria e serviços. Pelo consumo, entram os gastos das famílias, do governo, os investimentos realizados pelas empresas, exportações e importações.