Clique e Assine VEJA por R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Para empresas, tabela de frete vai aumentar custos para toda a sociedade

Para mercado, política pode prejudicar acordo entre produtor rural e caminhoneiro e encarecer preço dos alimentos ao consumidor final

Por Patrícia Basilio 9 ago 2018, 17h18
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Representantes do agronegócio, comércio e indústria criticaram veementemente a lei que instituiu valores mínimos de fretes rodoviários praticados no Brasil, sancionada pelo presidente Michel Temer nesta quinta-feira. Para eles, a medida é anticompetitiva e fere o livre mercado.

    Publicidade

    Para a CNI (Confederação Nacional da Indústria), o tabelamento pode resultar na cartelização do setor de transporte. “O resultado é o inevitável aumento geral de preços para a população brasileira, em função da alta dependência rodoviária do país”, afirma Robson Braga de Andrade, presidente da confederação.

    Publicidade

    A FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) afirma que a medida é um retrocesso. “Tem a capacidade de gerar despesas para toda a sociedade”, afirma o presidente do conselho de comércio eletrônico da federação, Pedro Guasti.

    A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) argumenta que a lei viola a livre iniciativa do mercado e “qualquer acordo entre o produtor rural e o caminhoneiro”. “O tabelamento deve resultar em um aumento no preço dos alimentos e, consequentemente, no índice inflacionário”, destaca Rudy Ferraz, chefe da assessoria jurídica da CNA.

    Publicidade

    Para o advogado José Del Chiaro, especialista em Direito Econômico e Defesa da Concorrência, e ex-secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, o tabelamento de frete é inconstitucional e gera grave insegurança jurídica. Segundo ele, o assunto jamais poderia ter sido apreciado e votado no Congresso Nacional em razão de vedação expressa na Constituição, que determina que o transporte terrestre não pode ser regulamentado por Medida Provisória – como ocorreu com a MP 832 antes de ser convertida em lei. “Além de inconstitucional, o tabelamento de frete incentiva a formação de cartel no mercado de transporte de cargas”, analisa.

    Continua após a publicidade

    A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) entrou nesta quinta-feira com um novo pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender o tabelamento dos preços mínimos do frete pelo governo federal, sancionado pelo presidente Michel Temer. A FecomercioSP chegou a ingressar com uma medida judicial anulatória contra a MP 832 e ainda aguarda manifestação do STF sobre sua constitucionalidade.

    Publicidade

    “Enquanto o STF não se posiciona nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade impetradas contra o tabelamento de preços e suas graves consequências negativas, é fundamental que as empresas e o agronegócio brasileiro atuem, por meio de suas associações de classe, conjuntamente com a Agência Nacional de Transportes Terrestres, para discutir e minimizar os aspectos negativos dos excessos hoje vigente – o que não implica o reconhecimento da constitucionalidade do próprio tabelamento de frete nem ignorar os reflexos”, avalia Del Chiaro.

    Consequências na economia

    Publicidade

    Cálculos da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) apontam que a sanção pode gerar alta de custos na ordem de 73,9 bilhões de reais sobre o conjunto da economia, valor superior ao investimento anual do país em infraestrutura.

    Continua após a publicidade

    A Abiove diz ainda que “o tabelamento do frete deve elevar também a inflação no ano (cerca de 0,92 ponto porcentual) e reduzir as exportações e a massa salarial real em 20,7 bilhões de reais”.

    Publicidade

    Na avaliação do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (SETCESP), não há consenso no setor sobre a viabilidade da tabela — há companhias que irão se beneficiar e outras que vão se prejudicar. É unânime entre elas, contudo, que a política de pisos contém erros de cálculos e aplicabilidade, afirma Tayguara Helou, presidente da entidade.

    “Fizemos um comunicado e enviamos à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) solicitando a participação das empresas na elaboração da próxima tabela e mudanças na contagem”, reforça ele.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 9,90/mês*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.