No centro do debate político e com importância fundamental na disputa eleitoral de 2022, a Petrobras não sai da boca do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seu principal adversário na corrida ao Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O novo rascunho do plano de governo do petista traz a Política de Paridade Internacional da petroleira ao centro do debate, reafirmando o posicionamento da primeira proposta divulgada, no começo de junho: contra a privatização da companhia e a atual política de preços.
Nas novas diretrizes, o plano do PT traz uma crítica direta à gestão de Bolsonaro. “O atual governo renunciou ao uso de instrumentos importantes no combate à inflação, a começar pela política de preços de combustíveis”, escreve. A proposta de Lula é ‘abrasileirar’ o preço dos combustíveis.
“O país precisa de uma transição para uma nova política de preços dos combustíveis e do gás, que considere os custos nacionais e que seja adequada à ampliação dos investimentos em refino e distribuição e à redução da carestia. Os ganhos do pré-sal não podem se esvair por uma política de preços internacionalizada e dolarizada: é preciso abrasileirar o preço dos combustíveis e ampliar a produção nacional de derivados, com expansão do parque de refino”, diz o ponto 58 do documento.
Privatização
O rascunho do plano de governo se opõe à privatização da companhia, bem como de outras estatais, até mesmo da recém-liquidada Eletrobras. Sobre a petroleira, o PT declara se opor “fortemente à privatização, em curso, da Petrobras e da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA)”. Segundo a diretriz, a Petrobras precisa garantir o abastecimento do país. “Portanto, [a Petrobras ] voltará a ser uma empresa integrada de energia, investindo em exploração, produção, refino e distribuição, mas também atuando nos segmentos que se conectam à transição ecológica e energética, como gás, fertilizantes, biocombustíveis e energias renováveis.”
Sobre a Eletrobras, Lula defende “recuperar seu papel como patrimônio do povo”, sem falar como, isto é, se pretende recomprar os papéis da companhia, capitalizada recentemente pelo governo – que, assim, deixou de ser acionista prioritário. Lula também declara que não privatizará os Correios, uma das propostas de Bolsonaro em 2018, que não saiu do papel.