AMSTERDÃ, 20 Jun (Reuters) – A tentativa da empresa holandesa de telecomunicações KPN de vender sua unidade alemã E-Plus para a espanhola Telefónica -um movimento que pretendia evitar uma aproximação não solicitada de Carlos Slim- não obteve sucesso, dias antes do fechamento da oferta do magnata mexicano.
A gigante de telefonia móvel de Slim, América Movil, tem poucas opções para adquirir na América Latina e agora voltou suas atenções para ativos desvalorizados na Europa.
Há algumas semanas, a empresa lançou uma oferta para comprar até 28 por cento da KPN, em um movimento que poderia custar cerca de 3,25 bilhões de dólares, e concordou em comprar uma participação de 21 por cento na Telekom Austria por cerca de 1,1 bilhão de dólares.
A KPN deve responder até quinta-feira a oferta da América Movil, que se encerra em 27 de junho, mas a operadora holandesa já disse que a oferta de 8 euros por ação desvaloriza a empresa.
A operadora enfrenta forte competição em seu mercado doméstico e estava procurando fazer desinvestimentos em seus negócios na Alemanha e Bélgica.
Slim, o homem mais rico do mundo, passou poucas informações sobre suas intenções para a KPN. Mas é improvável que ele queira vender a E-Plus, a joia na coroa da KPN.
A E-Plus responde pela maioria dos clientes da KPN, tem a maior margem de lucro do grupo, em 42 por cento, e é avaliada por alguns analistas entre 8 bilhões e 10 bilhões de euros.
No entanto, os esforços da KPN para “destravar valor” na E-Plus, com o objetivo de afastar Slim, até agora falharam, e na quarta-feira a empresa disse que as negociações com possíveis interessados -que não foram nomeados- tinham sido rompidas.
“As atuais condições adversas dos mercados financeiros fizeram com que nenhum acordo fosse alcançado nesse momento, e as conversas foram encerradas”, disse a KPN em um comunicado.
(Por Sara Webb)