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O contra-ataque de entregadores e donos de restaurantes no iFood

AppJusto capta dinheiro por crowdfunding e estima chegar aos R$ 1,5 milhão para expandir operação pelo país

Por Felipe Mendes, Renan Monteiro Atualizado em 9 Maio 2022, 16h26 - Publicado em 9 Maio 2022, 12h52
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  • Ao tomar conhecimento da situação de entregadores de aplicativos que protestavam, em julho de 2020, por melhores condições de trabalho, os amigos Pedro Saulo Andrade e Rogério Nogueira resolveram criar uma alternativa para o mercado. Após estruturar o modelo com uma centena de entregadores e 250 restaurantes baseados em São Paulo, eles decidiram colocar o AppJusto para rodar, no segundo semestre de 2021. Hoje, Nogueira conta que a plataforma já tem 13 mil entregadores, 550 restaurantes e 12 mil consumidores cadastrados. O objetivo, para o futuro, é crescer a ponto de se tornar uma alternativa ao monopólio do iFood. “A gente espera ter 190 mil pedidos por mês e estar faturando 1 milhão de reais por mês no final de 2024”, diz Nogueira, confudador da plataforma.

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    Inspirado em modelo similar ao do GetNinjas, o aplicativo nasceu com o propósito de dar autonomia para restaurantes e entregadores, assegurando melhores rendimentos para as partes envolvidas, cobrança mínima para os restaurantes, e a possibilidade de preços mais baixos para os consumidores. Embora pareça utopia, Nogueira afirma que hoje já há restaurantes que economizam cerca de 10 mil reais a cada 600 pedidos feitos pela plataforma se comparado com o que arrecadariam se estivessem no app rival. “A gente entende que o mercado é enorme e que há espaço para alternativas que tenham taxas justas e que não cobrem mensalidade”, afirma Nogueira. Do lado dos entregadores, o cofundador do AppJusto revela que o ganho médio para entregas de alimentos é de 11,56 reais “fora as gorjetas”, o que, segundo ele, é quase o dobro do que é pago para entregadores em aplicativos de entrega concorrentes.

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    Para estruturar a ideia e iniciar a operação, o AppJusto captou 910 mil reais com cotas de participação para donos de restaurantes e até mesmo entregadores. Hoje, a plataforma encontra-se em nova rodada de financiamento coletivo (crowdfunding, em inglês), desta vez aberta ao público, e almeja atingir a marca de 1,5 milhão de reais — falta cerca de 250 mil reais atualmente para chegar à meta. O objetivo dos fundadores da plataforma é usar os recursos para expandir a operação para além da cidade de São Paulo. “Até o final do ano, a gente vai expandir para outras cidades. Queremos estar no Brasil inteiro”, diz Nogueira. Hoje, a startup é composta por 11 funcionários, incluindo os seis sócios, além de voluntários. Seu atual valuation (valor de mercado) é estimado, segundo os fundadores, em 28,7 milhões de reais. 

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    Sistema de Delivery 

    Estima-se no mercado que o iFood faça 60 milhões de entregas ao mês, ao mesmo tempo em que os pedidos mensais realizados a restaurantes diretamente pelo aplicativo de mensagens WhatsApp sejam em torno de 150 milhões. E é, sobretudo, este segundo tipo de público (que compra e vende pelo WhatsApp) que o AppJusto quer desbravar. “Quem está no iFood quer uma alternativa com regras justas e quem está no WhatsApp quer uma solução com marketplace e logística. Então, temos todo esse espaço para trabalhar”, afirma Nogueira.

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    Hoje, em plataformas de entrega como o iFood, os restaurantes pagam uma mensalidade e uma comissão calculada sobre o valor dos pedidos ofertados no cardápio. O valor da mensalidade depende do plano contratado. Os dois principais incluem mensalidades de 100 e 180 reais, e as comissões sobre o valor total de cada pedido, em 12% e 23%. Além disso, em diversos casos, há taxas adicionais e a exigência de uma oferta “exclusiva” para garantir maior visibilidade dentro do app — este ponto tem sido questionado pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade, e teria sido um dos fatores para o fim da operação da Uber Eats no Brasil.

    Já a relação com os entregadores inclui os autônomos e aqueles vinculados à determinada empresa de logística contratada pelo iFood para administrar os grupos. Após pressão da categoria, no início de abril, o iFood informou reajuste de 13% do valor mínimo das viagens curtas (de 5,31 reais para 6 reais) e reajuste de 50% no valor mínimo do quilômetro rodado (de 1 real para 1,50 real). Também em abril o Ministério Público Federal (MPF) pediu esclarecimentos ao iFood e a duas agências de comunicação responsáveis por uma “campanha velada de marketing” contra reivindicações de entregadores do aplicativo. A empresa foi acusada de criar páginas e perfis nas redes sociais, simulando postagens de motociclistas. O caso está em trâmite extrajudicialmente.

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