O número de funcionários nas empresas estatais federais caiu 4,93% (26,336 trabalhadores) entre 2016 e o terceiro trimestre de 2017. Com isso, o total de empregados nessas companhias atingiu 506.852 pessoas, o menor número desde o fim de 2010 (veja gráfico no fim da matéria). Os dados são do Boletim das Empresas Estatais Federais, divulgado pelo Ministério do Planejamento nesta segunda-feira.
A maior parte da redução de pessoal no período (79,8%) se concentrou em quatro empresas: Correios, Banco do Brasil, Caixa e Petrobras. Proporcionalmente, a redução mais significativa aconteceu na Petrobras, um corte de 7,95% na sua capacidade total. Isso representou 4.019 empregados a menos no período. Em seguida, vem Caixa (corte de 7,58% do total, 7.199 empregados), Correios (6,17%, 7.129 empregados) e Banco do Brasil (2,61%, 2.676 empregados).
A Caixa e os Correios realizaram Programa de Demissão Voluntária (PDV) neste ano. No caso dos Correios, a empresa abriu dois processos do tipo, como tentativa de reduzir custos e reverter o prejuízo – nos últimos dois anos, as perdas foram da ordem de 2 bilhões de reais. O prazo para a adesão ao terceiro PDV se encerra no dia 29.
Em outubro, o diretor de recursos humanos da Petrobras, Hugo Repsold, disse que a empresa não faria mais PDV’s nem grandes concursos públicos após a nova reforma trabalhista entrar em vigor. Os últimos programas de demissão voluntária da petrolífera aconteceram em 2014 e 2016.
Reduções
A quantidade de funcionários nas estatais esteve em crescimento entre os anos de 2006 e 2014, quando atingiu seu ápice (552.856). Existem 149 empresas federais atualmente, frente a 154 no ano passado. As maiores áreas de atuação são nos setores de energia (47), petróleo e derivados (35) e comércio e serviços (15). O orçamento total das companhias neste ano é de 1,302 trilhão de reais, segundo o boletim.
O Ministério do Planejamento publicou, em setembro, uma portaria com regras para um PDV destinado a servidores federais. O ministro Dyogo Oliveira disse, em entrevista a VEJA, que o programa era uma forma de melhorar a gestão do serviço público, e que mesmo que a adesão fosse pequena, a economia seria significativa. O prazo de adesão vai até o dia 31.