Relatório do banco Credit Suisse indica que, dentro do pacote de concessão de rodovias previsto pelo governo para ir a leilão, os trechos da BR-050 e da BR-262 eram os melhores entre os nove selecionados. Como a BR-262 não recebeu nenhuma proposta, o cenário tornou-se incerto para os demais.
Os dois primeiros trechos são os menos extensos e exigem investimentos menores que os outros. No entanto, segundo sondagem realizada pelo banco após o fracasso do leilão da BR-262, os investidores consideraram que o prazo previsto para a realização das obras, de cinco anos, era insuficiente para concluir com a devida qualidade todas as melhorias exigidas.
O trecho da BR-101 na Bahia, que está previsto para ir a leilão no dia 23 de outubro, foi considerado “razoável” no levantamento do banco. Hoje no mercado há quem avalie que ele pode ter o mesmo destino da BR-262 e não receber nenhuma proposta. Parte de suas obras também está a cargo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Se o órgão atrasar a conclusão do que lhe diz respeito vai comprometer o retorno do investidor privado.
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O 1,8 mil quilômetro de estradas previstas nas concessões nos estados do Mato Grosso (BR-163) e do Mato Grosso do Sul (BR-163/262/267) é considerado o mais complexo. Exige mais de 17 bilhões de reais em investimentos para duplicações que devem ser entregues no prazo de cinco anos.
Representantes do setor de rodovias concordam que o desafio do governo pode ser ainda maior nos próximos meses. O presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), senador Clésio Andrade (PMDB-MG) acredita que o resultado ruim, apesar de não comprometer todo o programa, pode se repetir. Andrade aponta que há risco no lote da BR-060/153/262, que passa pelo Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais. No estudo do Credit ele é considerado “desafiador”. “Ainda é preciso fazer ajustes no programa”, diz Andrade.
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(com Estadão Conteúdo)