Em entrevista coletiva realizada no final da manhã desta sexta-feira, 9, na qual anunciou quatro ministros do novo governo, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que está convicto que não terá problemas para aprovar a PEC da Transição e que fará “quantas conversas forem necessárias para que a PEC possa ser aprovada na Câmara dos Deputados da mesma forma que foi aprovada de forma extraordinária por 64 votos no Senado”, disse.
“Eu já ouvi boatos de que a PEC vai ter problema na Câmara dos Deputados, eu não acredito”, disse ele, enfatizando ainda que a “PEC não é para o governo Lula, é para fazer o reparo do orçamento do presidente Bolsonaro, e para que a gente possa garantir o mínimo necessário às pessoas mais necessitadas desse país, para a saúde, o ‘Minha casa Minha Vida’, o ‘Farmácia Popular’, e para gente cuidar do povo brasileiro”, disse ele.
A PEC da Transição enviada originalmente pelo governo colocou todo o orçamento do Bolsa Família fora do Teto de Gastos e propôs um gasto extra-teto de 175 bilhões de reais e uma autorização para gastar este valor por quatro anos. Aprovada na quarta-feira, 7, pelo Senado, o prazo foi reduzido para dois anos e o valor para 145 bilhões de reais.
Questionado sobre como o julgamento das emendas de relator pelo Supremo Tribunal Federal podem influenciar na tramitação da PEC da Transição na Câmara dos Deputados, Lula respondeu que não tem “ainda nenhuma interferência na Suprema Corte” para decidir como e quando eles vão votar”, mas que “todo mundo sabe o que” pensa sobre as emendas parlamentares.
Lula afirmou que a “amenda é importante, o que não precisa é ser secreta”, e que ela “pode ser muito importante” se estiver acompanhada pelas propostas e pelas obras do governo, e “quem decise deliberar na verdade é o poder executivo”.
Lula afirmou que está “muito tranquilo” e já conversou duas vezes com Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, e duas vezes com Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, e que “se for preciso conversar 10 vezes eu vou conversar”.