A saída recente de André Laloni no BNDES ainda repercute dentro da instituição. Contudo, segundo o presidente, Gustavo Montezano, a ausência do diretor não muda em nada na estratégia do banco. Laloni está de licença desde a semana passada, após se desentender com o corpo técnico do BNDES no processo de venda de ações do Banco do Brasil. “Vida que segue”, disse Montezano. “Não muda nada na estratégia do banco, não muda nada nos planos.”
Membros do Conselho de Administração já definiram que Laloni será exonerado — ele está de licença remunerada e os conselheiros não aceitam esta situação.
Em Washington, nos Estados Unidos, Montezano falou a investidores que era esperado que algum diretor fosse mudado, mas não imaginava qual. “Nomeamos nove diretores em dois meses. Quando muda uma estrutura desse tamanho, é normal que precise de ajustes depois. Esperávamos que alguma alteração fosse necessária, questão estatística, mas você nunca sabe onde isso vai acontecer”, afirmou.
VEJA, em reportagem dessa semana, mostrou como os conflitos internos do BNDES estão atrapalhando o plano do banco de mudar seu perfil. O corpo técnico da instituição resiste ao projeto de liquidar a carteira de ações e atrapalha Montezano a cumprir as missões dadas a ele pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, quando assumiu, em agosto.
Montezano se recusou a responder questionamentos dos jornalistas sobre a saída de Laloni. Ao ser perguntado pelos repórteres que estavam presentes na Câmara de Comércio Americana, ele afirmou que não responderia. “Eu falo com quem garantir que não vai perguntar”, disse ele, logo após fazer uma longa explanação sobre como criar uma cultura de transparência no BNDES.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)