Como parte do trabalho de convencimento do governo em fazer com que a Medida Provisória 595, a MP dos Portos, seja apreciada antes de perder o prazo de validade, que termina na próxima quinta-feira, o ministro dos Transportes, César Borges, fez um apelo para que o Congresso Nacional vote o tema nesta segunda. Apesar de sua pasta não atuar diretamente no setor portuário, Borges afirmou que a falta de logística lhe acarreta prejuízos.
“É preciso entender que esse sistema funciona com uma sequência muito lógica. As estradas e ferrovias vão coletar toda a safra a conduzi-la ao porto. Se chegar ao ponto final e não tivermos eficiência, vamos verificar que as filas vão continuar existindo”, afirmou o ministro. Ele, que é filiado do PR, foi empossado na pasta pela presidente Dilma Rousseff há um mês. “Não adianta ter um volume de mercadorias, um escoamento atrás das rodovias e ferrovias e termos um entrave nos portos”, continuou.
Leia mais:
Dilma monta ‘plano B’ para reformar sistema portuário
Após impasses, comissão mista aprova, enfim, o relatório da MP dos Portos
A sessão que votaria a medida provisória na última quarta-feira foi suspensa após um desentendimento causado pelo correligionário de Borges e líder do PR na Câmara, Anthony Garotinho (RJ). O deputado afirmou que a medida atendia a interesses empresariais, chamando-a no plenário de “MP dos Porcos”.
Borges, porém, afirma que o episódio não reflete uma insatisfação da legenda com a MP e reforçou que a postura do PR é de “total apoio à medida provisória da maneira como foi planejada”. “Parece que a posição do Garotinho não foi contra ou a favor. Que eu saiba foi uma questão muito particular”, disse. “Não podemos colocar interesses setoriais acima dos nacionais”, completou.
Nesta segunda-feira, líderes do DEM, do PSDB e do MD anunciaram que vão tentar travar a votação da MP dos Portos, marcada para as 18h. O PMDB também articulou entre seus deputados para que a sessão não tenha quórum suficiente. Apesar da dificuldade de que o tema seja votado na Câmara e no Senado, o ministro dos Transportes afirmou que o governo ainda não tem um plano alternativo e que esperará até quinta-feira, quando o texto caduca, para tomar providências.