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Meirelles diz que BC precisa conter inflação, mas ‘não vai exagerar’

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que o BC está comprometido com o sistema de metas de inflação e isso é fundamental para o País, destacou em evento para empresários do setor financeiro em São Paulo. Meirelles apontou que existe um engano que ainda ocorre por parte de alguns agentes econômicos no Brasil […]

Por Da Redação
9 abr 2010, 16h07
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  • O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que o BC está comprometido com o sistema de metas de inflação e isso é fundamental para o País, destacou em evento para empresários do setor financeiro em São Paulo. Meirelles apontou que existe um engano que ainda ocorre por parte de alguns agentes econômicos no Brasil que defendem um processo de expansão forte da demanda pois “quanto mais demanda melhor”, mesmo que seja num certo momento superior à capacidade de oferta.

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    Segundo ele, essas pessoas ponderam que, com a demanda muito vigorosa, as empresas vão investir mais e ampliar bastante a capacidade de produção e “se tiver um pouco de inflação, não tem problema porque recupera isso lá na frente”. O presidente do BC destacou que “esse é um raciocínio que usamos há décadas e não funcionou”.

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    Para Meirelles, o importante para as empresas é que os investimentos requerem um certo tempo para maturar e, nesse intervalo de tempo, enquanto a ampliação da Formação Bruta de Capital Fixo não torna efetivo o aumento da produção das companhias, ocorre inflação.

    “A demanda em última análise vai sempre se equilibrar em relação à oferta”, comentou. Segundo Meirelles, essa harmonia vai ocorrer de duas formas. “Uma delas é a inflação, sobem os preços e a demanda cai. É o controle sem controle, não tem um piloto no manche. Esta é a dificuldade desse negócio. Descontrola-se e a partir daí temos um problema de imprevisibilidade”. A outra forma de controlar a inflação, destacou Meirelles, é ter o Banco Central no manche da economia. “Evidentemente o BC não vai exagerar. Vai deixar a demanda suficientemente aquecida de maneira a dar condições aos empresários de projetar vendas à frente e investir o máximo possível que é o que acontece no Brasil nos últimos anos”, comentou. “E se formos ver a trajetória de inflação no Brasil, veremos uma trajetória equilibrada e o crescimento aumentando”, disse.

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    Com certa ironia, Meirelles acrescentou: “Agora não pode dizer que o piloto só pode ter acelerador, não pode ter breque. Ou o piloto não pode ter também direção, só pode ir reto, tem uma curva e passa por cima e chega do outro lado”. Ele destacou que é importante ter a economia ou o nível de atividade na maior velocidade possível, mas evitando-se a inflação.

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    Risco de inflação – O presidente do BC destacou que no Brasil ainda há vozes que questionam até que ponto há problema em assumir um pouco mais de risco de inflação. “Na minha avaliação, tem”, ressaltou, de forma peremptória. “Um dos segredos desse crescimento que o Brasil atingiu nos últimos anos é a previsibilidade (da economia) e o fato de se ter uma inflação previsível”, disse.

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    De acordo com Meirelles, uma economia estável e balizada sob o signo da previsibilidade traz benefícios muito grandes ao País, como uma taxa de juro real menor, dado que este indicador não incorpora a imprevisibilidade e o risco de inflação.

    Além disso, a previsibilidade do ritmo de expansão da economia com inflação sob controle amplia o horizonte de planejamento das empresas, o que, por sua vez, estimula os investimentos no curto prazo e gera mais empregos, aumento de renda da população e bem estar social.

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    Debate – Meirelles afirmou que no Brasil ainda perdura “interessantemente” um debate sobre a tentativa de evitar o custo de controlar a inflação. Segundo ele, “custos sempre existem. A questão é sobre a relação custo/benefício e essa, nos últimos anos, foi extraordinária (para o País)”.

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    Ele destacou, por exemplo, a geração de empregos ocorrida nos últimos anos, pois foram criados quase 10 milhões de empregos formais. Ele também apontou que 30 milhões de brasileiros entraram na classe média no governo Lula. A classe E, afirmou, caiu de 30% para 18% e está em escala decrescente.

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    O presidente do BC também apontou que o mercado de capitais do Brasil é uma realidade, a lucratividade das companhias aumentou, como fruto da economia mais estável e previsível. “É importante destacarmos esses conceitos como um valor da sociedade brasileira”.

    (Com Agência Estado)

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