Foi no ano de 2016 que o Brasil entrou para a história como o primeiro país sul-americano a sediar os Jogos Olímpicos. No entanto, essa distinção, que seria o auge de uma década de preparação para colocar o país em uma vitrine para o mundo, acabou não gerando o resultado esperado. Diante de uma grave crise política e institucional e uma econômica sem precedentes, a “marca” Brasil foi seriamente afetada no cenário internacional.
Um estudo realizado pela consultoria GfK mostrou que o Brasil sofreu a maior queda no ranking internacional de marcas, caindo da 20ª posição para a 23ª, entre 50 países avaliados, na virada de 2015 para 2016. Com o resultado, a marca Brasil chegou a ser superada até mesmo pela Rússia, país em clara tensão com o Ocidente e ainda sofrendo com embargos internacionais criados após a crise ucraniana.
Apesar do resultado geral ruim, a avaliação apontou para resultados positivos em pontos específicos. No quesito cultura, o Brasil teria a 11ª marca mais admirada no exterior. No entanto, quando o assunto é governança, a avaliação é das mais negativas. Nessa classificação, o Brasil caiu da 26ª posição, em 2015, para a 31ª colocação neste ano.
Em outros quesitos, o Brasil ficou em uma posição intermediária, com a 21ª colocação no quesito imagem de seu povo e 18º lugar no quesito turismo. No tema investimentos, o país aparece apenas na 29ª posição entre as 50 nações pesquisadas pela consultoria GFK.
Líderes
No topo do ranking dos países com a marca mais forte no cenário internacional aparecem os Estados Unidos. Alemanha e Reino Unido completam o “pódio” do levantamento. Os Estados Unidos recuperaram a liderança do ranking de marcas de países no ano passado, depois de perder a posição para a Alemanha em 2014.
Mas, mesmo para os principais países do ranking, a pontuação também caiu. Para os autores do ranking, as constatações de 2016 mostram mudanças importantes na forma pela qual as pessoas avaliam a reputação de um país. Nas dez principais posições do ranking aparecem normalmente nações desenvolvidas, em especial países europeus.
“Normalmente, a percepção global sobre países é estável. Mas mudanças podem ocorrer”, disse Simon Anholt, criador do índice de marcas nacionais e autor de diversos livros sobre o assunto. “É seu impacto no mundo que molda sua reputação, muito mais que suas conquistas, e é isso que estamos vendo agora. Os países que eram vistos como os mais influentes do mundo estão sofrendo diante da persistência da crise internacional e de conflitos.”
Para montar seu ranking, a GfK realizou mais de 20.000 entrevistas pelo mundo. “Nosso estudo mostra como cada nação está posicionada em termos de sua imagem atual e potencial”, disse Vadim Volos, vice-presidente da GfK.