A maioria dos consumidores brasileiros (51%) planeja fazer suas compras de Natal pela internet neste ano. O dado é de levantamento de pesquisa da consultoria Deloitte. Os entrevistados dizem que a principal vantagem das lojas virtuais em relação aos estabelecimentos físicos é a maior seleção de produtos. A preocupação com o orçamento, no entanto, deve fazer com que as vendas sejam menores neste ano.
A intenção de compra no ambiente online é a maior já registrado pela pesquisa – há quatro anos, o porcentual era de 37%, e o número vêm crescendo desde então. É a primeira vez que a intenção de compra para as lojas virtuais ultrapassa a das lojas do mundo real. O levantamento foi realizado com 1.000 pessoas em todo o Brasil, com divisão igual entre homens e mulheres. A renda média dos entrevistados é de 3.250 reais.
Além da da maior oferta de mercadorias (citada por 60% dos entrevistados) os outros fatores apontados pelos consumidores para escolher o meio de compras são, a praticidade (53%), o menor preço (51%) e a velocidade e facilidade de pagamento (50%).
Segundo o sócio-líder da Deloitte para o atendimento às empresas de bens de consumo e varejo, Reynaldo Saad, apesar de ser um fator apontado por muitos, comprar pela internet nem sempre significa maior economia. “Na internet, há um apelo maior para conquistar o cliente, seja por promoção ou variedade de produtos e há uma sensação de preço diferenciado. Mas isso não existe, é só uma sensação”, disse à reportagem de VEJA.
Canais de venda
Entre os que preferem ir até a loja física, o principal atrativo (48% dos entrevistados) é a possibilidade de verificar e provar o produto pessoalmente como a principal justificativa da escolha. O poder de barganhar preços (40%) e a facilidade de troca ou devoluções (39%) e o fato de receber o produto imediatamente (37%) são os outros fatores mais citados.
Apesar da preferência por um meio ou por outro, os brasileiros têm o hábito olhar ambos os canais, segundo o levantamento da Deloitte. A maioria (93%) diz que vai pesquisar os produtos tanto nas lojas físicas quanto nas virtuais em busca das melhores condições.
O comportamento é descrito como phygital (junção das palavras físico + digital, em inglês), quando o consumidor percorre os dois canais de compra. “A jornada de compra começa quando ele fala ‘Quero comprar tal produto, onde vou primeiro?’. A partir daí, ele pode ir na loja física, olhar o produto na loja online, ou vice-versa, até comprá-lo de fato”, afirmou Saad.
Neste ano, as redes sociais também terão grande influência na decisão do consumidor. “Antigamente você perguntava para um amigo, existia um outro tipo de comunicação para saber se a loja e o produto eram bons. A partir do acesso a internet, todo mundo sabe o que o outro pensa e, muitas vezes, no seu nicho, as pessoas pensam igual a você”, explicou o sócio-líder da Deloitte.
A parcela do do público que se disse mais “maleável” são os jovens entre 18 e 24 anos, em que cerca de 31% declararam ser muito influenciados pelas publicações em mídias sociais.
Menos presentes
Para 57% dos consumidores, o Natal deste ano será mais enxuto na comparação com o ano anterior. Outros 32% afirmam que gastarão o mesmo, e apenas 11% devem desembolsar mais nas compras de fim de ano.
Com isso, gasto médio e o número de presentes também vão diminuir. O brasileiro deve comprar quatro presentes (em 2016, foram cinco presentes). Já o orçamento para o Natal deve girar em torno de 367,48 reais – foram 394,05 reais no ano passado. Segundo a pesquisa, o consumidor deve desembolsar 81,66 reais em cada presente.
“O brasileiro está prezando pela qualidade e para quem dará o presente. Ao invés de comprar 10 fósforos, por exemplo, ele vai adquirir três isqueiros, ou seja, ele prefere melhorar o que está dando e diminuir o número de presentes”, afirmou Saad.
A principal razão apontada para se gastar menos neste ano é a necessidade de redução das dívidas é citada por 47% dos entrevistados. Foram citados também o interesse em economizar (37%) a piora da situação financeira da família (24%) e a preocupação com a situação econômica do país (19%).