A Justiça suspendeu, por 15 dias, a assembleia-geral extraordinária de acionistas da JBS, marcada para esta sexta-feira. A juíza federal Gisele de Amaro e Franca deferiu parcialmente recurso da holding J&F contra a liminar concedida a pedido do BNDES e Caixa Econômica Federal, que impedia a participação de Wesley e Joesley Batista na assembleia.
A suspensão aconteceu minutos antes do início da assembleia. Acionistas já estavam e permanecem reunidos na manhã desta sexta-feira na sede da JBS, controlada pela holding J&F.
Acionistas da JBS, Caixa e BNDES iriam defender na assembleia o afastamento de Wesley Batista na presidência do grupo. Os bancos alegam que os controladores causaram danos ao grupo por meio dos crimes confessados em delação premiada. O BNDES também pediria a abertura de um processo de responsabilidade contra os irmãos Batista.
O conselho de administração da JBS decidiu não só manter Wesley na presidência como contratou um escritório para intermediar as negociações com o BNDES para adiar a assembleia.
Decisão judicial
A juíza federal afirma no documento que diante das controvérsias, a decisão na postergação tem como fato o estatuto da empresa contar com a possibilidade de arbitragem, a qual deverá ser a ferramenta utilizada para se estabelecer se há ou não conflito de interesse. A CVM se omitiu em se manifestar sobre o tema, o que levou o BNDES entrar com ação da Justiça.
Na quinta-feira, o braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDESPar) e a Caixa Econômica Federal, acionistas da JBS, conseguiram na Justiça Federal de São Paulo liminar para impedir que os controladores da companhia participassem da AGE. Os bancos públicos querem votar pela saída de Wesley Batista do comando da empresa de alimentos.
(Com Estadão Conteúdo)