As vendas no setor de veículos e motos, partes e peças recuaram 2,9% em janeiro ante dezembro e a receita nominal, 2,1%, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Os números refletem o que a Fenabrave [Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores] já tinha mostrado”, disse o gerente de Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Reinaldo Pereira. “Janeiro não foi um bom mês para o setor de veículos”.
O setor de combustíveis e lubrificantes foi outro que registrou perdas em janeiro ante dezembro. Segundo a PMC, a queda nas vendas foi de 0,3% e na receita, 1%. “No caso dos combustíveis, é preço mesmo. Quando a gasolina aumenta, mas o etanol está mais barato, o consumidor substituiu um pelo outro. Mas quando o preço do etanol não compensa, como agora, cai o volume de vendas”, disse Pereira.
Melhora no meio do ano – Para o gerente do IBGE, as medidas para reaquecer a economia brasileira, como o corte na taxa básica de juros, devem beneficiar em breve as vendas nos setores do varejo mais sensíveis ao crédito, como o de veículos e de móveis e eletrodomésticos. “A tendência é de alta, porque a média móvel subiu consideravelmente nas vendas em janeiro” A média móvel trimestral das vendas no varejo, que é um melhor indicador de tendências porque elimina em parte as oscilações bruscas e pontuais, subiu de 0,63% em dezembro para 1,5% em janeiro.
“Essas curvas tendem a crescer com a retomada do aquecimento da economia no segundo semestre”, diz Pereira. “O governo sabe que para passar pela crise internacional ele tem de contar com o mercado interno”. Ele calcula que a defasagem entre a queda na taxa de juros e o efeito no comércio seja de cinco a seis meses.
(Com Agência Estado)