Apesar de ter ensaiado uma recuperação no início deste ano, a indústria brasileira consolidou a tendência de queda que vinha apresentando desde outubro do ano passado. A produção industrial encolheu 0,8% em março em comparação com fevereiro, o pior desempenho para o mês desde 2006, quando caiu 1,3%. Trata-se do segundo recuo consecutivo, uma vez que em fevereiro teve queda de 1,3%, e em janeiro, alta de 0,3%. A taxa ficou um pouco abaixo das projeções feitas por analistas de mercado, que oscilavam entre 0,5% e 0,7% negativo.
No acumulado de doze meses, a queda foi de 4,7%, o pior resultado desde janeiro de 2010, quando teve uma baixa de 4,8%. Em relação à março de 2014, as perdas foram de 3,5%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Dos 24 ramos pesquisados, catorze apresentaram resultados negativos. O setor de veículos automotores foi o principal responsável por puxar o desempenho para baixo, com perdas de 4,2% no mês e de 19,4% no acumulado do ano. Outros segmentos que tiveram queda foram o de máquinas e equipamentos (-3,8%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-8,1%), de bebidas (-4,9%), de produtos de borracha e de material plástico (-4,2%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,4%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-6,7%) e de metalurgia (-1,3%). Na contramão da retração generalizada, o setor de produtos alimentícios teve ganhos de 2,1% em março.
“Em março de 2015, a indústria volta a mostrar menor ritmo produtivo, expresso não só na segunda queda consecutiva em relação ao mês anterior, mas também no perfil disseminado de taxas negativas: todas as grandes categorias econômicas e a maior parte das atividades apontaram redução na produção. Com o resultado de março de 2015, a produção industrial encontra-se 11,2% abaixo do nível recorde alcançado em junho de 2013. Ainda na série com ajuste sazonal, a menor intensidade na atividade fica evidenciada pela evolução da média móvel trimestral, em trajetória descendente desde outubro de 2041”, avaliou o IBGE.
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(Da redação)