Confiança da indústria chega a menor nível mensal desde 2005
Já o setor de serviços registrou o primeiro aumento do ano no nível de confiança; expectativa para os próximos meses foi o principal fator que influenciou os dados
O índice que mede o nível de confiança da indústria caiu 3,4% em abril em relação ao mês anterior, passando de 75,4 para 72,8 pontos. Trata-se do menor nível registrado desde outubro de 2005, quando se iniciou a contagem mensal – antes ela era feita trimestralmente. Dez dos quatorze segmentos que constituem o índice tiveram recuo.
Especialistas avaliam que o resultado negativo está ligado à fraca demanda por produtos manufaturados e ao aumento dos estoques. “A queda decorreu da combinação de acomodação do grau de satisfação com a situação presente dos negócios e piora das expectativas. O setor ainda não vê perspectivas de melhora nos três meses seguintes e continua projetando ajustes no nível de produção e no quadro de pessoal neste horizonte de tempo”, afirmou Aloisio Campelo, superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da FGV, em nota.
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Segundo o instituto, a baixa se deve principalmente à expectativa da indústria em relação aos próximos meses. O número de empresas que esperam reduzir a produção nos três meses seguintes aumentou de 21,9% para 22,7%, enquanto que o de empresas que preveem um desempenho melhor caiu de 26,9% para 13,4%. O índice foi calculado com informações obtidas de 1.130 companhias entre os dias 1 e 27 de abril.
Serviços – No movimento contrário, o setor de serviços teve um incremento no nível de confiança de 4,2% em abril ante março. Foi a primeira alta registrada no ano. Apesar disso, o índice de 85,9 pontos é o segundo menor da série histórica, que começou a ser calculada em junho de 2008.
“A primeira elevação da confiança do setor no ano não altera a percepção desfavorável das empresas sobre o rumo dos negócios. As avaliações sobre o momento atual ficaram estáveis, e o destaque foi a melhora das expectativas. Devemos aguardar os próximos resultados, mas é provável que essa alta de abril reflita a combinação de dois fatores: acomodação do índice após queda acentuada; e uma aparente redução de incertezas relacionadas, por exemplo, ao ambiente político ou à possibilidade de racionamento energético”, afirmou, em nota, o consultor da FGV Silvio Sales.
Como no índice de confiança da indústria, a expectativa para os meses seguintes foi o principal fator para se chegar ao resultado. A proporção de empresas que projetam um aumento da demanda nos três próximos meses passou de 20,2%¨para 24,4%, enquanto a parcela dos que preevem redução caiu de 22,9% para 17,3%.
(Da redação)