O governo do presidente Michel Temer decidiu buscar mais espaço no Orçamento de 2019 para complementar a verba que será destinada ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a preparação do Censo Demográfico 2020. Deputados também se articulam para tentar aumentar os recursos para o órgão com emendas parlamentares. Uma das pesquisas estatísticas mais relevantes do país, o Censo teria apenas 250 milhões de reais assegurados para o ano que vem.
Inicialmente, o órgão dizia precisar de 1 bilhão de reais em 2019 para os preparativos do levantamento, que visitará as casas de todos os brasileiros e traz dados essenciais para a definição de políticas públicas, como o Bolsa Família e a divisão de recursos federais entre municípios. Mas o próprio IBGE decidiu mudar seu planejamento e passou a pedir 344 milhões de reais para o ano que vem, na tentativa de fazer a pesquisa caber no bolso do governo. Mesmo assim, não foi atendido integralmente.
Após a polêmica gerada pela verba menor, a equipe econômica está agora fazendo as contas para ver o que pode ser remanejado para o instituto, que alega não ser possível fazer uma pesquisa mais “enxuta”, com menos perguntas ou entrevistadores.
O custo total do Censo deve chegar a 3,4 bilhões de reais – a maior parte a ser desembolsada em 2020 -, mas a equipe econômica havia sinalizado que esse valor estava “fora de cogitação” e que era preciso “fazer o dinheiro render”.
A tarefa de tentar encontrar recursos disponíveis é complicada diante das restrições orçamentárias. Despesas com investimentos e custeio da máquina estão cada vez mais comprimidas em meio ao rápido avanço de gastos com Previdência e salários de servidores que são obrigatórios. Há uma forte disputa pela divisão dos recursos.
É por isso que o governo ainda não sabe se conseguirá chegar aos 344 milhões de reais solicitados pelo IBGE, mas há esforço para tentar entregar mais que os 250 milhões de reais indicados inicialmente.
(Com Estadão Conteúdo)