Com a inflação corroendo o orçamento do brasileiro, o governo corre atrás de medidas para conseguir estimular a economia. Algo que se fez necessário nos últimos dois anos devido à pandemia da Covid-19, agora é uma questão de sobrevivência para o presidente Jair Bolsonaro, que não tira a cabeça da reeleição. Para isso, o governo planeja reeditar uma série de medidas. Uma delas é o adiantamento do 13º salário para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A gratificação natalina, assim como nos anos anteriores, deve ser paga ainda no primeiro semestre do ano.
Com a liberação dos recursos, o governo pode despejar mais de 50 bilhões de reais na economia. Segundo o último boletim da Previdência Social, em janeiro, existiam 32 milhões de benefícios previdenciários ativos. Além de aposentadorias, os pensionistas e beneficiários de auxílio-doença, reclusão e salário maternidade recebem 13º salário do INSS. O adiantamento do 13º salário não está em lei, mas tradicionalmente era pago pelo governo no começo do segundo semestre, com a segunda parcela sendo quitada em novembro, prazo final para pagamento da gratificação, segundo a legislação. Com a pandemia da Covid-19, o governo pagou os benefícios em abril e maio de 2020 e 2021, algo que deve ser repetido neste ano.
O decreto com o adiantamento do 13º salário deve ser assinado ainda nesta semana pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni. Além do 13º dos aposentados, o governo também deve anunciar uma nova rodada de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a ser liberado via Medida Provisória. O ‘pacote de bondades’ do governo em ano eleitoral se junta à redução de 25% no IPI, anunciada no mês passado pelo Ministério da Economia.