O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse nesta quinta-feira que o governo federal não tem feito uma “guerra” contra as altas taxas de juros praticadas no país e tampouco tem dado um “puxão de orelha” nos bancos privados para reduzir as tarifas cobradas do consumidor final. De acordo Carvalho, a ideia do Palácio do Planalto é “induzir” que as instituições financeiras privadas sigam as políticas de redução de juros iniciadas pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica.
“Não tem batalha, tem uma indução. É um processo forte para nós. Não tem puxão de orelha, não tem guerra. Tem um processo de discussão importante para nós”, afirmou o ministro, que defendeu também a necessidade de serem criadas “condições” para que os juros possam ser reduzidos. “É importante criar as condições para continuar baixando os juros e continuar financiando a produção”.
Na posse do novo ministro do Trabalho, Brizola Neto (PDT), no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff voltou a cobrar nesta quinta “juros compatíveis com aqueles praticados no mercado internacional” e rejeitou a hipótese de o câmbio ser utilizado como um “objeto de política monetária expansionista”. Em pronunciamento em cadeia de rádio e TV por conta do Dia do Trabalhador, em 1º de maio, Dilma já havia elevado o tom contra os bancos privados e pedido cortes na taxa de juros: “É inadmissível que o Brasil, que tem um dos sistemas financeiros mais sólidos e lucrativos, continue com um dos juros mais altos do mundo. A economia brasileira só será plenamente competitiva quando nossas taxas de juros, seja para o produtor seja para o consumidor, se igualarem às taxas praticadas no mercado internacional”.
No pronunciamento pelo Dia do Trabalhador, a presidente também lembrou que o Banco Central tem cortado seguidamente a taxa básica de juros e disse que “os bancos não podem continuar cobrando os mesmos juros para empresas e para o consumidor, enquanto a taxa básica Selic cai, a economia se mantém estável e a maioria esmagadora dos brasileiros honra com presteza e honestidade os seus compromissos”. “O setor financeiro, portanto, não tem como explicar essa lógica perversa aos brasileiros”, resumiu Dilma.