A Grécia vive mais um dia de paralisação nesta quarta-feira, com escolas fechadas e hospitais trabalhando apenas com equipes de emergência. Este é apenas o início de uma greve programada para durar 48 horas contra os planos do governo de demitir milhares de funcionários do setor público.
Os esforços para reduzir um serviço público que possui 600 000 funcionários, muitas vezes visto como perdulário e corrupto, têm enfrentado a resistência dos sindicatos, que dizem que os cortes vão piorar a situação dos gregos, que enfrentam o sexto ano de recessão.
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Convocada pela central sindical do serviço público Adedy, a mais recente paralisação acontece dias antes de uma visita a Atenas da ‘troika’, comissão de credores formada por União Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI), para verificar o progresso que o país tem feito sobre as reformas prometidas.
“Um inverno longo, oneroso e doloroso começou”, disse a Adedy, que, junto com a central sindical do setor privado GSEE, representa cerca de 2,5 milhões de trabalhadores. “A verdade é que a cada visita da troika nossa dignidade nacional é destruída. A economia e a sociedade estão em ruínas”, acrescentou o sindicato.
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A Grécia deve colocar um total de 25 mil trabalhadores sob um chamado “regime de mobilidade” até o final do ano, no qual os funcionários podem ser transferidos para outros cargos no governo ou demitidos. Atenas também deve cumprir uma meta de 15 mil cortes de empregos em 2013-2014. A taxa de desemprego grega já atingiu o nível recorde de 27,9% em junho.
A troika socorreu a Grécia com um pacote de ajuda no montante de 240 bilhões de euros (320 bilhões dólares), mas tem alertado que irá interromper a ajuda caso Atenas não avance em reformar o aparato estatal onde as contratações muitas vezes ocorrem por critérios políticos.
(com agência Reuters)