Madri, 27 jan (EFE).- A agência de classificação de risco Fitch rebaixou nesta sexta-feira em dois degraus as notas de solvência da Itália, Espanha e Eslovênia, e em um degrau a avaliação da Bélgica e Chipre.
Em comunicado, a Fitch anunciou a redução do rating da Itália de A+ para A-; da Espanha de AA- para A; da Bélgica de AA+ para AA; da Eslovênia de AA- para A; e do Chipre de BBB para BBB- (apenas um nível acima do grau especulativo).
Por outro lado, a agência manteve a avaliação da Irlanda, outro dos países colocado em revisão há pouco mais de um mês com o argumento de que a solução da crise da dívida soberana na zona do euro estava longe de ser atingida.
Os seis países deixam de estar sob vigilância, embora a perspectiva de Fitch sobre eles continue negativa, pois existe uma probabilidade ligeiramente superior a 50% que haja um rebaixamento nos próximos dois anos.
O comunicado explica que a situação atual da Espanha reflete a preocupação da Fitch com a ‘significativa piora fiscal e econômica’ do país e cita como exemplo o déficit maior que o esperado em 2011, próximo a 8%, e não aos 6% com os quais o governo anterior tinha se comprometido.
No caso da Itália, o rebaixamento se baseia principalmente no aumento dos juros de sua dívida, enquanto no Chipre e na Eslovênia, os cortes se fundamentam na situação de seu sistema bancário.
A Fitch alega que a crise da dívida representa o principal motivo para a decisão de reduzir os ratings, mas também reconhece os ‘importantes’ compromissos assumidos nas últimas cúpulas da União Europeia (UE) para melhorar a coordenação das políticas econômicas a fim de evitar os graves desequilíbrios financeiros que surgiram na primeira década de existência do euro.
Também elogia os esforços para conseguir a estabilidade orçamentária a médio e longo prazo e expressa sua confiança de que os líderes europeus tornem todos esses compromissos realidade na próxima cúpula, em 30 de janeiro.
A agência destaca ainda que a decisão de antecipar a criação do fundo europeu de estabilidade e aumentar os recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI), se aplicada com eficácia, representa um passo rumo à melhora da capacidade da zona do euro para enfrentar turbulências.
Por último, a Fitch lembra que mantém também em perspectiva negativa o rating máximo da França (AAA) e o nível ‘bônus lixo’ de Portugal. EFE