O Ministério da Fazenda defende que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, peça apoio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que o Brasil entre formalmente na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O pedido representaria uma “diferença fundamental”, diz o Ministério.
Em documento publicado nesta quarta-feira, 5, no qual fez um balanço da atual gestão e traçou perspectivas para o próximo mandato presidencial, a Fazenda afirmou que a oposição dos EUA é hoje o principal obstáculo ao ingresso do país na OCDE, sustentando que os outros 35 países da entidade endossam a investida brasileira.
Por trás da discordância dos EUA, está um compromisso anterior com a Argentina e também a visão do Representante de Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inglês), que é contrário ao pedido brasileiro por “posições anacrônicas de governos brasileiros passados em fóruns de negociações comerciais”, disse a Fazenda.
“As ações do Ministério da Fazenda reverteram muito esta posição americana em diálogos junto ao Federal Reserve (banco central dos EUA), Treasury Department (Tesouro) e State Department (Departamento de Estado). O USTR, no entanto, continua reticente”, apontou o ministério.
“Um pedido direto de apoio do presidente eleito ao presidente americano faria uma diferença fundamental”, acrescenta o texto.
A solicitação formal do Brasil para se juntar à OCDE foi feita em maio do ano passado, representando um esforço para fortalecer os laços com as nações desenvolvidas do Ocidente, depois que governos anteriores priorizaram as relações com países em desenvolvimento.
A OCDE aconselha seus membros, na sua maioria países ricos, e é considerada uma influenciadora-chave na arquitetura econômica mundial.
De acordo com a Fazenda, o processo de adesão do Brasil aos Códigos de Liberalização dos Movimentos de Capitais e de Operações Correntes Invisíveis está em curso e deve ser finalizado em março de 2019.
De qualquer forma, a entrada do país seguirá dependendo do aval dos membros da entidade, razão pela qual será preciso dobrar a resistência dos EUA.