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Exército brasileiro gasta muito mais com pensões do que com “pólvora”

Investimento em pessoal soma 74,3% dos dispêndios do Ministério da Defesa; são 52,6 bilhões de reais contra 8,9 bilhões de reais em materiais e equipamentos

Por Victor Irajá Atualizado em 4 jun 2024, 14h31 - Publicado em 11 nov 2020, 12h46
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  • EM ALERTA - Militares brasileiros fiscalizam a chegada de veículos e pessoas no posto de fronteira de Pacaraima (Cristiano Mariz/VEJA)

    Existe uma grande limitação prática, além do que há de fantasia, na fala do presidente Jair Bolsonaro de que “quando acabar a saliva, tem que ter pólvora” em relação às possíveis sanções aventadas pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, por conta da política ambiental do país. E ela é o dinheiro. Os gastos com material de consumo, e equipamentos e material permanente das Forças Armadas (aí incluída a pólvora) estão bem aquém de outros dispêndios empenhados pelo Ministério da Defesa, órgão ao qual responde o Exército. Os gastos com pessoal representam 74,3% de todos os dispêndios relacionados à defesa no país, de acordo com levantamento do Instituto Fiscal Independente, o IFI, ligado ao Senado Federal. No ano passado, foram destinados 26,6 bilhões de reais para vencimentos de pessoal militar. As aposentadorias e gastos com reservistas chegaram a 26 bilhões de reais. Para o quesito “obras e instalações”, sobrou apenas 1 bilhão de reais. Em 2019, foram direcionados 4,5 bilhões de reais a “material de consumo”. Em “equipamentos e material permanente”, os gastos somam 4,4 bilhões de reais. Em comparação aos vencimentos com pessoal e aposentadorias, esses valores são ínfimos.

    Os valores denotam a péssima estrutura do orçamento do Estado brasileiro com a Defesa Nacional. “Os gastos com pessoal, da ativa e inativos, são muito acima da média de outros países. Isso se deve ao fato de que, ao longo do tempo, quando devemos fazer ajustes fiscais cortamos gastos não obrigatórios e investimentos”, diz Raul Jungmann, ministro da Defesa durante o governo Michel Temer. “Isso faz com que o peso dos gastos pessoal tenham um peso significativo ao longo do tempo, o que impacta os projetos a longo prazo das Forças Armadas.” Elas fizeram uma opção da estratégia da presença. O Exército busca estar presente em todo o território nacional, o que implica que haja um número de efetivos muito elevado, o que gera um impacto previdenciário significativo num período de tempo maior.”

    Além de mal alocados, os gastos com a defesa nacional somam uma parcela pequena do Produto Interno Bruto, o PIB, do país, ainda mais quando colocados em comparação com outros países. Segundo o IFI, o Brasil gastou, no ano passado, 1,48% com a defesa nacional. Para se ter ideia, os Estados Unidos (que movimenta um PIB quase dez vezes maior que o brasileiro) gasta 3,41% de todo o PIB com defesa. Países em constante estado de guerra, evidentemente, gastam mais com a Defesa. “Evidentemente, existem inúmeros outros fatores que determinam estas despesas, com destaque para a geografia, isto é, a posição do país no planeta, Oriente Médio, por exemplo”, aponta o IFI. É o caso de Omã, que ocupa a primeira colocação em destinação para as Forças Armadas, seguido por Arábia Saudita, Argélia e Kuwait.

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