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Entenda a disparada do dólar e as consequências para o Brasil 

Fuga de investimento do Brasil e preocupação fiscal são dois dos principais fatores para a desvalorização do real

Por Renan Monteiro 13 jun 2022, 18h19
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  • A valorização do dólar sobre a moeda brasileira chegou aos 2,56% nesta segunda-feira, 13. Mais volátil do que a média, esta semana será marcada pela “Super Quarta”, quando o Federal Reserve e o Banco Central do Brasil anunciam os próximos passos da política monetária, com a definição das taxas de juros. O dólar começou o dia cotado em 4,910 reais e fechou em 5,1146 reais. A máxima do dia chegou a 5,1374 reais.

    Considerando os índices inflacionários, sem sinais de controle no curto prazo, a expectativa do mercado é de mais aumento nos juros. No caso dos EUA, há forte possibilidade de uma elevação mais rigorosa para os padrões americanos, segundo avaliação de Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest. Para conter a inflação, na última reunião em maio, o banco central dos Estados Unidos anunciou a elevação da taxa de juros de 0,75% para 1% ao ano. Foi a maior alta em mais de duas décadas.

    Um dos movimentos para a desvalorização do real é o estímulo à fuga de investidores do Brasil com a iminente nova elevação dos juros americanos. Os investidores retiram seus recursos da renda variável, como as ações, e aplicam em recursos mais seguros. Os títulos do Tesouro americano são considerados os mais seguros do mundo, e com o aumento de juros, tornam-se mais rentáveis. Nesse processo de saída de investidores, há um estímulos às vendas nas ações, em especial, dos países emergentes, aumentando a busca por dólares e valorizando a moeda americana frente ao real brasileiro. O motivo de mercados emergentes, como o Brasil, sofrerem mais com a saída de investidores tem a ver com a maior instabilidade de suas economias e contas públicas mais frágeis.

    O ponto-chave para todo esse movimento de aumento de juros é a inflação descontrolada nos EUA. Com dificuldades para respeitar a meta de inflação do ano, o banco central americano pode continuar aumentando os juros nas sucessivas reuniões, para conter a escalada de preços.

    Aliados a esses fatores, a preocupação fiscal prejudica ainda mais a taxa de câmbio no Brasil. “Nós temos uma questão interna gerando desconforto aos investidores que são essas medidas anunciadas pelo governo na semana passada, tais como a isenção de imposto para combustíveis e de redução de impostos para outras categorias, para tentar conter os avanços da inflação aqui no Brasil. Isso sinaliza um desconforto adicional com o quadro fiscal brasileiro”, cita a economista Cristiane Quartaroli. Mais insegurança, menos interesse em investir por aqui.

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