O ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, disse, em evento nos Estados Unidos nesta quinta-feira 7, que a estatal Eletrobras “não será privatizada” no governo Jair Bolsonaro, “mas será capitalizada, em modelo semelhante ao que ocorreu no passado com a Embraer, por exemplo”.
As ações da estatal fecharam em queda de 5,8 por cento nesta quinta-feira após a afirmação, que veio durante a manhã em evento em Washington em que o ministro falou sobre as perspectivas para o setor de energia no Brasil.
O governo anterior, de Michel Temer, falava em promover uma desestatização da Eletrobras, maior elétrica do Brasil, por meio de uma operação em que a empresa emitiria novas ações e diluiria a fatia governamental na companhia para uma posição minoritária.
A gestão Bolsonaro passou a adotar o termo “capitalização” para se referir ao processo, e o ministro Albuquerque chegou a dizer em algumas ocasiões que não há uma decisão fechada sobre a perda de controle da companhia pelo governo.
Nesta quinta-feira, no entanto, ele comparou a operação em preparação para a companhia ao modelo adotado pelo governo brasileiro com sua fatia na empresa aeronáutica Embraer, de acordo com vídeo do evento encaminhado pela assessoria do ministério.
Antes estatal, a Embraer foi privatizada no final de 1994, em leilão na bolsa paulista que envolveu 55 por cento das ações ordinárias da companhia, com direito a voto.
Ainda durante o evento em Washington, o ministro afirmou que há questões em discussão sobre o modelo da capitalização, como o destino da subsidiária de energia nuclear Eletronuclear e da usina hidrelétrica binacional de Itaipu.
Mais cedo, ele disse também que a Eletrobras já está em uma fase de maior “estabilidade” após uma crise financeira nos últimos anos.
“Era uma empresa que estava, desculpe a expressão, quebrada”, afirmou.
No final de fevereiro, Albuquerque afirmou que a proposta do governo para a capitalização da Eletrobras deve estar pronta até junho.