A Eletrobras apresentará a proposta final para a compra de uma fatia da empresa Energias de Portugal (EDP) até o dia 9 de dezembro. A informação foi dada há pouco pelo presidente da holding Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto. Em função do acordo de confidencialidade assinado com a EDP, o executivo não informou detalhes da proposta que será feita pela companhia brasileira. Carvalho Neto observou, no entanto, que a Eletrobras enfrentará uma disputa acirrada. “Os três são concorrentes fortes”, disse, referindo-se à Cemig, à chinesa China Three Gorges e à alemã E.OnAG, que também têm interesse no negócio.
Em outubro, a Eletrobras havia apresentado uma proposta inicial e não vinculante para aquisição de 21,35% do capital social da EDP, detidas pela Parpública – uma sociedade portuguesa que representa a participação do governo na empresa de energia. Em nota à imprensa, a estatal brasileira de energia elétrica havia explicado que os termos da proposta não poderiam ser divulgados devido a um acordo de confidencialidade, mas que a oferta é dividida em três segmentos: financeiro, plano de investimentos e governança. “Montamos uma proposta equilibrada, de acordo com a nossa visão de futuro conjunto da EDP e da Eletrobras”, disse o presidente Carvalho Neto, no comunicado.
Para o executivo, as duas empresas possuem sinergias estratégicas importantes em nível global e ter uma participação significativa na empresa portuguesa permitirá à brasileira “dar um salto no seu processo de internacionalização com a entrada nos mercados norte-americano, onde a EDP possui uma operação composta por usinas eólicas, e europeu”.
Nesta quinta-feira, Carvalho Neto também reiterou o interesse da Eletrobras no leilão A-5, que foi marcado para 20 de dezembro. O maior interesse da holding são as três usinas do Parnaíba. Apesar de algumas hidrelétricas correrem o risco de não participar desse leilão, o executivo disse ter a informação de que há mais de 20 mil megawatts inscritos. Carvalho Neto informou, ainda, que o mercado de energia elétrica está com “uma folga saudável” de 5% a 6% entre a oferta e a demanda.
(Com Agência Estado)