O produto interno bruto (PIB) dos Estados Unidos registrou crescimento de 4,1% de abril a junho deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. O ritmo é o mais forte em quase quatro anos, de acordo com a primeira estimativa do Departamento do Comércio, publicada nesta sexta-feira 27. O departamento também revisou para cima o crescimento no primeiro trimestre, a 2,2%, em vez dos 2% informados anteriormente.
A expectativa é que o desempenho do segundo trimestre, em consonância com os prognósticos de analistas, seja comemorado pela administração de Donald Trump. Por meio de cortes tributários, desregulamentações e uma reforma comercial global, seu governo prometeu instalar um crescimento acelerado sustentável.
O presidente Donald Trump saudou imediatamente a divulgação das estatísticas de crescimento como um “milagre econômico”, dizendo que a taxa de 4,1% não é uma “oportunidade única”.
“A economia americana caminha para um crescimento anual de mais de 3% e pode ser bem superior a isso”, afirmou Trump.
“Como os acordos comerciais vêm um por um, vamos subir muito mais”, declarou Trump, buscando mostrar que suas políticas econômicas estão dando certo.
Na véspera, em um discurso em Iowa, meio-oeste americano, Trump já havia se antecipado ao anúncio do Departamento do Comércio: “Há previsões que vão de 3,8% a 5,3%. Aceitaremos qualquer coisa que comece com um 4… Ninguém diria que podíamos nos sair tão bem!”.
Consumo
A expansão da maior economia do mundo foi impulsionada por um consumo vigoroso que cresceu 4%, também sua melhor cifra desde o final de 2014.
As reduções de impostos, adotadas pelos republicanos no final de 2017, parecem ter impulsionado finalmente os gastos dos lares nos Estados Unidos.
Os americanos compraram mais bens duráveis (+9.3%) e, em particular, automóveis. O gasto do consumidor pesou 2,7 pontos nas cifras de crescimento.
Exportações
Outro fator fundamental para os números do trimestre foram as exportações, que subiram 9,3%, seu nível mais elevado em cinco anos.
Este forte aumento aparece como um efeito secundário das tensões comerciais iniciadas pela administração Trump com a implementação das tarifas sobre o aço e o alumínio importados, especialmente da China.
Antes que os chineses dessem uma resposta e impusessem em julho medidas semelhantes sobre a soja americana, os compradores estrangeiros parecem ter se antecipado e lotado seus celeiros.
O relatório do Departamento do Comércio assinala “uma aceleração das exportações de produtos alimentícios, bebidas, alimentos para o gado e especialmente soja”.
As exportações contribuíram com 1,12% no crescimento, sua máxima contribuição em cinco anos.
Para a Organização Mundial do Comércio (OMC), no entanto, as consequências das tarifas alfandegárias aplicadas pelas potências econômicas mundiais não são ainda visíveis, mas causarão efeitos devastadores na economia mundial.
A OMC difundiu nesta semana um relatório que demonstra que as medidas de restrição comercial estão em alta e teme que os efeitos negativos dessa nova política de “olho por olho” seja uma desaceleração da economia.