O dólar saltou quase 0,9% nesta segunda-feira e passou o patamar de R$ 3,90, acompanhando o cenário externo com movimentos de maior aversão ao risco e sem intervenções extraordinárias do Banco Central. A moeda fechou a 3,9111 reais na venda, maior valor desde 7 de junho, quando bateu 3,9258 reais. É o segundo avanço seguido da moeda americana, que terminou sexta-feira em 3,877 reais.
Em junho, o dólar fechou com valorização acumulada de 3,76%. É o quinto mês consecutivo de aumento, período em que subiu 22% frente ao real.
O baixo volume de transações financeiras pela manhã, devido ao jogo Brasil e México pelas oitavas de final da Copa do Mundo, e o cenário externo marcado pela tensão comercial entre os Estados Unidos e a China são apontados pela corretora Rico Investimentos em relatório como possíveis causas do salto. Na sexta-feira, os Estados Unidos devem passar a tarifar aproximadamente 34 bilhões de dólares em produtos chineses — e o país asiático deve elaborar uma resposta à altura.
Sem intervenções
Mesmo com a forte alta, não houve leilões extraordinários de dólar futuro por parte do Banco Central na sessão desta segunda — o mecanismo que a instituição usa para conter o avanço da moeda americana. O BC optou por manter a venda do lote previsto de 14.000 swaps cambiais.
O swap cambial é um recurso para suavizar a pressão das variações do mercado de câmbio. Por meio desses contratos, o Banco Central se compromete a pagar ao investidor a valorização do dólar, enquanto o investidor se compromete a pagar ao governo o valor da taxa Selic. Assim, o swap diminui movimentos especulativos, pois desincentiva a compra de dólares.
(Com Reuters)