Por José de Castro
SÃO PAULO (Reuters) – O dólar fechou a volátil sessão desta terça-feira em queda, oscilando ao sabor do humor internacional na véspera de um feriado doméstico.
A moeda norte-americana caiu 0,26 por cento, para 1,7595 real na venda. Ao longo da jornada, a cotação variou entre 1,7845 real (+1,16 por cento) e 1,7525 real (-0,65 por cento).
Foi a sexta desvalorização seguida da taxa de câmbio, que no período acumulou perda de 7,00 por cento.
No mesmo horário, o euro sustentava alta de 0,2 por cento, também mostrando alguma recuperação após recuar 0,54 por cento na mínima do dia.
“Nosso mercado ainda está muito atrelado ao exterior, e lá está bastante volátil também”, afirmou o diretor de câmbio da Pioneer Corretora, João Medeiros.
Medeiros chamou atenção para o vaivém das bolsas de valores nesta terça-feira que, segundo ele, reflete as incertezas que ainda permeiam os mercados. Isso tudo apesar de recentes notícias indicando que os líderes europeus estão discutindo medidas para confrontar a crise de dívida na zona do euro, centrada na Grécia.
Boa parte do mercado considera que o enfrentamento da crise da região passa por um reforço no fundo de resgate do bloco (EFSF, na sigla em inglês). Nesse sentido, as atenções se voltaram nesta terça-feira para a Eslováquia, cujo Parlamento rejeitou o plano de expansão do EFSF numa primeira votação.
Na visão de Medeiros, apesar da volatilidade ainda presente, o mercado de câmbio vem demonstrando menos apreensão, especialmente depois que o Banco Central (BC) voltou a intervir no mercado a fim de evitar distorções.
Desde o final de setembro, o BC já realizou três leilões de swap cambial tradicional que, na prática, funcionam como uma venda de dólares no mercado futuro. A autoridade monetária, pelo menos por enquanto, não mostra que poderá atuar no mercado à vista por meio de vendas por considerar que as circunstâncias ainda não exigem.
O mercado ficará fechado na quarta-feira, devido ao feriado nacional de Nossa Senhora Aparecida, mas reabrirá na quinta-feira, quando os agentes conhecerão os primeiros números sobre o fluxo cambial de outubro. Em todo o mês de setembro, os ingressos líquidos superaram 8 bilhões de dólares, mas secaram nas últimas duas semanas daquele mês.