O dólar comercial ultrapassou o patamar dos 4 reais na sessão desta segunda-feira, 12, influenciado pelo cenário externo, com tensões entre China e Estados Unidos e preocupação com as eleições na Argentina. O câmbio não atingia essa marca desde 29 de maio. Às 11h34, o dólar subia 1,5% cotado a 4 reais na venda e o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, tinha queda de 2,1%, aos 101.825 pontos.
Os investidores seguem apreensivos com a disputa comercial entre China e Estados Unidos, com medo de que a demora para que os dois países cheguem a um acordo prejudique a economia mundial. Há duas semanas, os americanos anunciaram novas tarifas sobre produtos chineses. Na semana passada, a moeda chinesa, o yuan, desvalorizou a seu menor patamar em dez anos, movimento visto como uma retaliação do governo Xi Jinping.
Somado a isso, o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) não cortou juros na intensidade que mercado esperava. A instituição reduziu a taxa em 0,25 ponto porcentual, quando a expectativa dos investidores era de diminuição de 0,5 ponto. Diante desse cenário, o dólar vem há duas semanas em tendência de alta, o que se mantém.
Argentina
O resultado das prévias presidenciais na Argentina também impactou no mercado de câmbio nesta segunda. A chapa da Frente de Todos, formada por Alberto Fernández e pela ex-presidente Cristina Kirchner, impôs uma dura derrota ao atual presidente, Mauricio Macri, nas eleições primárias realizadas no domingo 11, com quase 15 pontos porcentuais de diferença.
O mercado, mais alinhado com Mauricio Macri, não viu com bons olhos o resultado. “Houve venda de ativos risco que são vendidos em bloco, o que impacta aqui no Brasil. E também tem nossa situação comercial com a Argentina, um dos nossos principais parceiros. Mas esse impactos não devem ser duradouros”, acrescenta Alessie.