O dólar continua em alta nesta terça-feira, acompanhando o cenário externo, onde cresciam os temores de que os juros nos Estados Unidos podem subir mais do que o esperado neste ano, o que afetaria o fluxo global de capitais. Às 10h40, o dólar avançava 1,33%, a 3,6762 reais na venda, maior nível intradia desde maio de 2016. Neste mês até a véspera, já acumulava valorização de 3,56%.
“Se o euro seguir caindo e o dólar avançando ante a cesta de moedas, mantendo-se acima de 93, o dólar seguirá pressionado aqui também. É um movimento global”, afirmou o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior.
Nesta sessão, o dólar avançava para a máxima em cinco dias ante uma cesta de moedas, após dados robustos da economia norte-americana e que reforçam apostas de que o Federal Reserve, banco central do país, pode elevar os juros mais do que o esperado neste ano. Taxas elevadas têm potencial para atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em outras praças financeiras, como a brasileira.
As vendas no varejo dos EUA subiram 0,3% em abril, em linha com as projeções, mas os dados de março foram melhorados, mostrando expansão de 0,8%, sobre 0,6% antes.
O dólar também exibia alta firme ante moedas de países emergentes e exportadores de commodities, em dia de avanço do rendimento do Treasury de 10 anos para acima do patamar de 3 por cento.
Internamente, a cautela dos investidores também vinha diante da cena política, sobretudo após divulgação da pesquisa eleitoral CNT/MDA na véspera e que indicou a preferência por candidatos que os investidores enxergam como menos comprometidos com ajuste fiscal.
O Banco Central já vendeu a oferta total de até 5.000 novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Além disso, ainda fará outro leilão de até 4.225 swaps para rolagem do vencimento de junho, no total de 5,650 bilhões de dólares.