O dólar fechou janeiro com a maior queda mensal em seis meses, abaixo de 3,20 reais, com o mercado mais otimista diante da cena política local, mas com os agentes econômicos acreditando que será difícil cair muito mais no curto prazo por conta da reforma da Previdência.
O dólar subiu 0,01% nesta quarta-feira, a 3,18 reais, acumulando recuo de 4,05% em janeiro, maior queda mensal desde julho passado (-5,87%).
Na mínima do dia, a moeda norte-americana foi a 3,14 reais e, na máxima, a 3,19 reais.
“Como a mudança na Previdência vai contra os anseios políticos dos eventuais candidatos, dificulta o trabalho do governo em conseguir votos”, disse o diretor de operações da corretora Mirae, Pablo Spyer, para quem a reforma não deve ser aprovada e, assim, o dólar tende a subir.
A votação em primeiro turno da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados está marcada para 19 de fevereiro, mas o governo ainda não tem os 308 votos necessários para passar o texto e, por isso, segue negociando com a base aliada.
A matéria é considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem, mas, diante da dificuldade que o presidente Michel Temer (MDB) tem enfrentado para conseguir apoio político, poucos agentes econômicos acreditavam que ela será votada no curto prazo.
A forte queda do dólar frente ao real em janeiro veio com o mercado apostando que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está mais distante da corrida eleitoral deste ano, após sua condenação por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro ter sido confirmada por unanimidade em segunda instância na semana passada.
O petista é visto pelos investidores financeiros como menos comprometido com medidas de ajuste fiscal.