Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em 2015 devem ficar em cerca de 170 bilhões de reais, disse nesta quarta-feira o superintendente de Infraestrutura do banco de fomento, Nelson Siffert. O motante representa uma queda de 9,5% em relação aos empréstimos do banco no ano passado, que somaram 187,8 bilhões de reais.
Sobre a expectativa de redução, Siffert lembrou que a ideia é o banco diminuir a dependência de suporte do Tesouro. “O BNDES não tem um orçamento que possa crescer de forma elástica. É fundamental que o mercado de capitais se some ao esforço do banco de financiar a infraestrutura e a economia como um todo”, considerou.
A carteira de projetos da área de infraestrutura do BNDES somava em janeiro 399 projetos, orçados em 362,6 bilhões de reais, dos quais 199,6 bilhões de reais seriam financiados pelo banco de fomento.
O superintendente estima que os desembolsos do banco para o setor de infraestrutura em 2015 totalizem algo em torno de 60 bilhões de reais. No ano passado, eles somaram 68,9 bilhões de reais. São considerados energia, logística, mobilidade urbana e saneamento.
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Logística – Segundo ele, no primeiro trimestre deste ano, os desembolsos de energia e logística cresceram 10% ante o mesmo período do ano passado. “Os investimentos em infraestrutura permanecem porque são de longo prazo. Esse desembolso que vai acontecer neste ano é decorrente de leilões que ocorreram nos últimos três anos e projetos que já estão em implementação”, disse.
A previsão é que o valor suba a 37 bilhões de reais em energia e logística em 2016, 41 bilhões de reais em 2017 e atinja 50 bilhões de reais em 2018. Os investimentos em logística, segundo ele, deverão puxar o setor de infraestrutura nesse período.
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Lava Jato – Ainda conforme Siffert, a Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção bilionário na Petrobras, deve impactar os ativos de construtras envolvidas, criando oportunidades no mercado. “Tem um processo que vai trazer oportunidades para investidores, tem vários ativos de infraestrutura que podem ser ofertados ao mercado”, disse.
De acordo com ele, o BNDES está preocupado com a perenidade dos projetos, mas que, apesar disso, os impactos do escândalo de corrupção não devem chegar ao ponto de levar à queda dos desembolsos da instituição neste ano. “Em nossa carteira, apenas um único projeto teve inviabilizada sua continuidade (por conta da Operação Lava Jato)”, afirmou. Questionado posteriormente qual foi o projeto, Siffert não quis detalhar, mas disse que não se tratava da Sete Brasil.
(Da redação)