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Dados de emprego refletem a espera do empresariado

Empresários seguram demissões, enquanto aguardam os efeitos das medidas de estímulo econômico implementadas pelo governo

Por Ana Clara Costa
21 jun 2012, 21h48
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  • O ministro da Fazenda, Guido Mantega, celebrou durante a tarde o resultado da mais recente Pesquisa Mensal do Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo os dados divulgados neste quinta-feira, o nível de desemprego em maio ficou em 5,8%, o menor patamar para o mês em dez anos. “Hoje, o Brasil é um dos poucos países que trabalha quase a pleno emprego. Faltam trabalhadores no Brasil. Mesmo com a desaceleração do nosso crescimento, continuamos crescendo menos, mas continuamos gerando muitos empregos”, comemorou em discurso no Rio +20.

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    Mais tarde, no entanto, o Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE) divulgou dados paradoxais. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a criação de vagas formais no mês passado foi 51,6% menor que a verificada um ano antes, evidenciando forte desaceleração na criação de postos com carteira assinada. Apesar do otimismo de Mantega, as perspectivas para o emprego no Brasil não indicam que o mercado de trabalho sustentará este cenário favorável. “Pode sim haver aumento do desemprego ou, no mínimo, uma estabilização dessa taxa como reação à desaceleração da economia”, afirma Rafael Bacciotti, analista da Tendências Consultoria.

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    Perda de ritmo – Em outras palavras, ainda que a confiança do empresário na economia esteja relativamente comportada – o Índice de Confiança da Indústria (ICI) apurado na prévia da Sondagem Industrial de junho de 2012 sinalizou um recuo de apenas 0,5% em junho de 2012, após uma série de altas desde o início do ano – e as demissões tenham diminuído, esses fatores podem não ser fortes o suficiente para manter o nível de contratações do ano passado.

    Outro fato que explica a diferença é a abrangência da pesquisa. Enquanto o MTE apura as demissões e contratações em todo o país, o IBGE apura apenas em seis regiões metropolitanas. “O emprego nas áreas rurais tem sido prejudicado desde janeiro, e a PME não capta esses dados”, explica Caio Machado, da LCA Consultores.

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    Segundo Machado, outro fator importante é o perfil de consumo nas diferentes regiões do país. “Nas regiões metropolitanas a renda é maior e, consequentemente, o consumo é maior. E isso impacta a geração de emprego no setor de serviços, verificada na PME”, explica. Também as regiões metropolitanas são mais beneficiadas pelo impacto do aumento do salário mínimo, já que contam com parcela maior de emprego formal.

    O terceiro motivo tem origem mais subjetiva. Segundo Machado, com os recentes anúncios de estímulo governamental ao consumo e ao crédito, empresários estão na espera de um reaquecimento econômico e seguram as demissões. “Ele quer ter sinais bem claros de que a economia não irá se recuperar, antes de demitir. Se não fizer isso, pode ter um custo maior ao recontratar funcionários, meses depois”, conta. A expectativa do economista é que haja um claro reaquecimento na atividade econômica no segundo semestre.

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