O Brasil já é o terceiro maior mercado consumidor de cerveja para a Budweiser, atrás apenas dos Estados Unidos e China. Presente no Brasil há seis anos, a marca viu suas vendas dobrarem em 2014, ano em que a Copa foi realizada no país. Desde então, a Budweiser registra um crescimento médio anual dois dígitos, ou seja, acima de 10%.
Para manter esse ritmo, a empresa conta com o efeito Copa, considerado uma espécie de segundo Carnaval para o setor de cerveja. “Ano de Copa é como se fosse um ano com dois Carnavais. É um momento de euforia no mundo todo”, afirma Miguel Patrício, diretor de marketing da AB Inbev.
O executivo diz que não é apenas o Brasil que praticamente para durante os jogos do mundial de futebol. “Cada país curte a Copa de um jeito. Poucos têm a esperança de serem campeões, como o Brasil. Morei na China, que só participou uma vez da Copa, e posso dizer que lá eles param pela Copa, disse a VEJA.
Segundo ele, a marca não sentiu o efeito da crise econômica que paralisou vários setores nos últimos anos. “O mercado de cervejas foi afetado, mas o de cerveja premium não. A marca vem crescendo mais que podíamos imaginar. Cerveja premium é um luxo acessível.”
De olho no efeito Copa, a companhia levou a Budweiser para novos mercados, como Colômbia, Peru, África do Sul, Moçambique, Uganda, Nigéria e Austrália. “Na África, eles são loucos por futebol.”
Patrocinadora da Copa da Rússia, a Budweiser está lançando uma série de ações para promover a marca nos 50 países onde está presente. Uma delas é o lançamento de um copo que acende a cor vermelha a partir da vibração da torcida. Os copos estarão disponíveis a partir deste mês em supermercados, bares, eventos da marca e também no Empório da Cerveja. Para conseguir o copo é necessário comprar dois packs de cerveja e pagar mais 9,90 reais nos supermercados. Nos bares e eventos, o produto poderá ser adquirido por 12,90 reais.
“O insight que tivemos é que a Copa gera uma energia descomunal, positiva, ruidosa. Foi quando surgiu a ideia do Copo, que tem um microfone e um prisma de luzes de LED que se acendem quando alguém faz barulho”, diz Patricio.
Para estimular a rivalidade entre torcidas, a empresa vai medir o nível de decibéis das torcidas durante os jogos em alguns bares das capitais do país. O resultado será comparado com os decibéis medidos nos estádios da Rússia. Se o barulho da torcida desses eventos parceiros da Budweiser for maior que na Rússia, a marca vai fazer a promoção ‘cerveja em dobro’ – compra uma e leva duas – no bairro vencedor da promoção.
“O Brasil deu duas ideias e uma delas foi essa de estimular a competição e ver se a torcida daqui bate a da Rússia”, afirma o executivo da AB Inbev.
Em paralelo, a empresa também vai reeditar os chamados Bud Basements, que acontecerão de 14 de junho a 15 de julho em dez cidades – São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Fortaleza, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. Nesses locais haverá transmissão de jogos, festas temáticas, estúdio de tatuagem, apresentações musicais e até espaços de coworking – para quem quiser trabalhar antes ou depois dos jogos.
Apesar de ter nascido em Portugal, Patricio diz que vai torcer para o Brasil na Copa. “Vim para o Brasil com 8 anos. Sou brasileiro de coração e alma. Fiz ginásio, colegial, faculdade no Brasil.”