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A Petrobras informou nesta segunda-feira que seu Conselho de Administração vai se reunir no dia 22 de abril para apreciar as demonstrações contábeis auditadas do 3º trimestre e do ano de 2014. Ambas estão com publicação atrasada devido aos desdobramentos da Operação Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de corrupção na estatal. “A companhia espera divulgar essas demonstrações contábeis ao mercado após a decisão do Conselho de Administração”, disse em fato relevante.
Um dos fatores que atrasou a publicação foi a própria metodologia para calcular as perdas. O auditor independente PriceWaterhouseCoopers(PwC) negou-se assinar no ano passado o balanço do terceiro trimestre, que foi divulgado no dia 28 janeiro sem o aval externo. A estimativa inicial de perdas, de 88,6 bilhões de reais, foi projetada na gestão Graça Foster, contrariou a presidente Dilma Rousseff (PT) e foi o estopim para a saída de Graça da direção da empresa.
Para tentar reverter a crise, a Petrobras tem adotado em diversas ações, como a criação de uma diretoria de governança, risco e conformidade, chefiada por João Adalberto Elek Junior. A própria nomeação de Bendine, pela presidente Dilma, teve o objetivo de renovar a imagem da companhia. Em reunião do Conselho, em março, Bendine chegou a sugerir, sem detalhar, a contratação de uma consultoria para desenhar uma “Nova Petrobras”. A empresa também aposta em um plano de desivestimentos (venda de ativos) de 13,7 bilhões de reais, para o biênio de 2015 e 2016, para reforçar seu caixa.