A privatização da Casa da Moeda, anunciada pelo governo nesta quarta-feira, vai colocar o Brasil na mesma esteira de outros países que já utilizam empresas privadas para a fabricação de papel-moeda.
Um levantamento feito pela Câmara dos Deputados em outubro de 2016 concluiu que “não há um modelo único de processo de fornecimento de numerário”. No Brasil, tanto as cédulas quanto as moedas são feitas pela Casa da Moeda.
Em alguns países, como Reino Unido, Canadá e Suíça, o fornecimento é total ou parcialmente contratado com empresas privadas. Em outros, como Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul, ainda é inteiramente estatizado.
No Reino Unido, por exemplo, de acordo com o estudo, a produção de moedas metálicas fica a cargo do governo, enquanto a impressão de papel-moeda é terceirizada pelo Banco da Inglaterra (o banco central local). Já nos Estados Unidos a produção é totalmente feita por órgãos do governo.
Por outro lado, na Nova Zelândia a fabricação de numerário é exclusivamente terceirizada. Na União Europeia, por sua vez, a responsabilidade de produção é do banco central de cada país.
Ainda de acordo com o estudo, de 18 países na América Latina, dez recebem o numerário por empresas privadas, cinco por órgão ou ente público, dois por importação e um por fabricação pública e privada.
VEJA COMO FUNCIONA O FORNECIMENTO DE PAPEL-MOEDA NA AMÉRICA LATINA
País | Fabricação ou contratação |
Argentina | ente ou órgão público |
Bolívia | empresa privada |
Brasil | ente ou órgão público |
Chile | empresa privada |
Colômbia | ente ou órgão público |
Costa Rica | empresa privada |
Cuba | ente ou órgão público |
Equador | importação pelo Banco Central |
El Salvador | importação pelo Banco Central |
Guatemala | empresa privada |
Honduras | empresa privada |
México | ente ou órgão público |
Nicarágua | empresa privada |
Paraguai | empresa privada |
Peru | empresa privada |
República Dominicana | empresa privada |
Uruguai | empresa privada |
Venezuela | empresa privada ou ente ou órgão público |