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Como a Europa está perdendo muitas batalhas no atual cenário de guerra

Crise energética, inflação e até mesmo o clima estão pressionando a economia do bloco europeu

Por Renan Monteiro Atualizado em 21 jul 2022, 13h32 - Publicado em 21 jul 2022, 13h16
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  • Segundo lideranças, pela primeira vez a insegurança energética está sendo tratada em todo o bloco europeu, e não só em países individualmente.
    (Pixabay Licence/Pixabay)

    Um alívio momentâneo à Europa foi anunciado nesta quinta-feira, 21, pela Rússia. O gasoduto Nord Stream 1, administrado pela estatal russa Gazprom, retomou a sua operação após um período manutenção de 10 dias, depois de ameaças veladas de Vladimir Putin sobre o corte total no fornecimento energético aos países europeus. Seria uma outra tentativa de retaliação do presidente russo às sanções econômicas, sabendo da alta dependência energética na Europa.

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    O gás natural dos russos começa a fluir novamente, mas o cenário de equilíbrio no setor energético dos países do bloco europeu ainda está distante. Uma incongruência de fatores está deixando a Europa em situação de extrema vulnerabilidade, especialmente no crítico setor de energia. Com a premissa de “economizar gás para um inverno seguro”, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu aos países do bloco que reduzam o uso do combustível em 15% de agosto a março. Uma meta difícil para muitos países da região.

    O oferta e demanda já estão em forte desequilíbrio. A dependência da União Europeia do gás russo aumentou de forma constante desde 2012 e nos dois primeiros anos da pandemia esteve próxima de 40%. A invasão da Rússia à Ucrânia e as consequentes sanções econômicas levaram à queda abrupta da importação para a faixa do 20% em 2022, de acordo com dados da Agência Internacional de Energia (AIE, na sigla em inglês). Em Portugal, o secretário de Estado do Ambiente e da Energia, João Galamba, classificou como “insustentável” a medida de redução de consumo proposta pelas lideranças do bloco, considerando o risco do país ficar “sem eletricidade”. Já a Espanha, por meio da terceira vice-presidente (sic), Teresa Ribera, falou em “sacrifício desproporcional”.

    Aliado ao fator guerra está a crise de caráter climático na região. O calor exagerado pressiona ainda mais o setor de energia, com aumento da demanda, além de trazer prejuízos para áreas como agricultura. “Já se prevê reduções significativas de produção, como para o trigo, onde se espera quebra de mais de 5 milhões de toneladas, conforme informações da Comissão Europeia. Na Itália, uma das regiões mais afetadas, as condições climáticas devem reduzir em um terço a colheita sazonal de arroz, milho e forragem animal”, avalia Leandro Giglio, pesquisador do Insper Agro Global.

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    Uma produção debilitada é necessariamente aumento de custo ao produtor local e mais impacto nos níveis inflacionários dos países do bloco, já na média histórica de 8,6%. Para o controle da inflação, inclusive, o Banco Central Europeu (BCE) adotou uma postura agressiva no aumento de juros, a primeira subida em 11 anos. “O mercado estava ponderando o fato de que, como a economia do região do euro está muito sensível, a potência de política monetária seria limitada. Assim, uma política monetária agressiva teria uma resposta relevante (no controle à inflação), em uma atividade econômica já prejudicada”, cita Camila Abdelmalack, economista chefe da Veedha Investimentos.

    Para além dos fatores de impacto em toda a região, a gravidade do atual contexto econômico na Europa varia por país e problemas internos só contribuem para o cenário de desequilíbrio. Embora pouco dependente da energia russa, o fornecimento de energia da França está abalado com impasses logísticos na produção local. Considerando a falta de resiliência em suas infraestruturas enegéticas, Hungria, Eslováquia e República Tcheca enfrentam forte risco de recessão econômica, com redução do PIB em até 6%, com um eventual corte integral das exportações russas. Direta ou indiretamente, a energia é a arma russa contra a Europa, como mencionou a líder do bloco, Ursula von der Leyen, alegando ser a pela primeira vez que a segurança energética está sendo abordada em nível continental. 

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